terça-feira, 31 de março de 2015

A contradição do osso

O sangue que corre borbulhantemente calmo
As palavras mais sensuais tecidas tais quais salmos
O beijo suave que ativa a mais íntima fauna
E tudo lá fora já não faz a menor falta

A rede que não só arrodeia mas remenda a alma
A fogueira que ilumina a ideia distinta e clara
A língua sente o sabor da própria língua
A essência soletra a essência com própria Língua

Que o Amor impere
Que o Amor tempere
Ardido e gostoso

Que as intempéries
Apenas completem
A contradição do osso

Que a vida inteira
Seja plena e inteira
Ódio e Paixão sinceros

E que Deus não nos poupe
Nem a brisa do Céu
Nem o fogo do Inferno.





Morta

Não gosto de ganhar dinheiro
Não gosto de dissimular meus sentimentos
Não gosto de acordar cedo todos os dias
Adoro gozar
Beber
Tocar guitarra
Todas as teorias sociais que tenho tido que enfrentar todos os dias
Tem me deixado triste
Os evangélicos me deixam triste com seu egoísmo apocalíptico
Os nazistas me deixam triste com seu egoísmo apocalíptico
Os comunistas me deixavam feliz com sua esperança social
Mas viraram nazistas evangélicos
Com seu egoísmo apocalíptico
Ah, mas que caralho
Enquanto há gozo e cuspe há Lady Gaga
E Leão Lobo
Ou é o Nelson Lobo
Ou é o Nelson Mota falando das suas inúmeras histórias com Elis Regina
Que
Está
Morta.
Ai que vontade de trepar.

quarta-feira, 25 de março de 2015

O Tudo Aceso

A Poesia me acende
É um acorde certeiro de paisagens impossíveis
Por se elevarem em estátuas
Dentro de mim
É uma mansão de sensações
É a saudade de não sei quê
É a saudade que vem antes
Do sujeito
Pra lhe dar o Amor incondicional
A saudade antes do sujeito
É a fé no nada
Que constrói o
Verdadeiro
Tudo...

Jeito Abismo

Eu não tenho jeito
Não culpe nada e ninguém
Por te puxarem pro abismo
Nós
Somos
O
Abismo

Injusto

Que injusto esse nome:
Será que com dor
O Condor
Consegue voar?