O que você quer que eu faça?
Talvez não mais fundo, e sim profundo
Talvez menos sal, e sim mais gosto
Menos órgão e mais olhos
Profundos olhos
Me diz o que você quer que eu faça
Ou melhor, não diga
Quanto mais sucinta a dica
Melhor a comunicação
Isso prova a sintonia
A que leva pra onde
A gente quer chegar
Onde? Você sabe
Aquele esconderijo que só nós sabemos
Aquele que fica na esquina
Das pernas com a alma
No suspiro que emudece as galáxias
Que desaparecem
Entre você
E eu.
sexta-feira, 25 de novembro de 2011
Poema-poesia
Já me quebrei
Perdi um pedaço
Me machuquei
Nos estilhaços
Já me colei
Secou a cola
Que descolou
Porque passou
Passou as horas
Somente as horas
Cacei o sol
Tão morno e calmo
Chegando perto
Desintegrado
Pelo sol fui
Fui pelo sol
Por ele e eu
Fui pelo sol
Caçando o eu
Desintegrado
Pra me integrar
Entregue ao inferno
Pra merecer
Pra exercer
O direito ao céu
Sofri até sofrer por nada
Enlouqueci com minha calma
Grunhi rouco no nascimento
Tétrico, etéreo. Etéreo tenso
Chegou a hora
Do poema
Fazer-se livro
Em coro livre...
Perdi um pedaço
Me machuquei
Nos estilhaços
Já me colei
Secou a cola
Que descolou
Porque passou
Passou as horas
Somente as horas
Cacei o sol
Tão morno e calmo
Chegando perto
Desintegrado
Pelo sol fui
Fui pelo sol
Por ele e eu
Fui pelo sol
Caçando o eu
Desintegrado
Pra me integrar
Entregue ao inferno
Pra merecer
Pra exercer
O direito ao céu
Sofri até sofrer por nada
Enlouqueci com minha calma
Grunhi rouco no nascimento
Tétrico, etéreo. Etéreo tenso
Chegou a hora
Do poema
Fazer-se livro
Em coro livre...
sexta-feira, 18 de novembro de 2011
Oração de Sutura
É preciso ter raça
De cara ou na cachaça
É preciso ter força
Na cama ou na forca
Afastar os maus espíritos
Pra fortalecer os bons
É preciso ter coragem
Pra ouvir aquele som
Bem agudo
Os cães sabem
Como os santos
Quando rezam
Quando o dia é normal
Mas devia ser amor
Como aquele bacanal
Que devia ser prazer
Como os olhos tão cansados
Por um livro em folhas brancas
Que podíamos ter escrito
Com as melhores lembranças
Bem agudas
A verdade
É tão aguda
Que machuca
Como remédio
Pra cura
Como faca
Quente em brasa
Pra sutura.
De cara ou na cachaça
É preciso ter força
Na cama ou na forca
Afastar os maus espíritos
Pra fortalecer os bons
É preciso ter coragem
Pra ouvir aquele som
Bem agudo
Os cães sabem
Como os santos
Quando rezam
Quando o dia é normal
Mas devia ser amor
Como aquele bacanal
Que devia ser prazer
Como os olhos tão cansados
Por um livro em folhas brancas
Que podíamos ter escrito
Com as melhores lembranças
Bem agudas
A verdade
É tão aguda
Que machuca
Como remédio
Pra cura
Como faca
Quente em brasa
Pra sutura.
terça-feira, 15 de novembro de 2011
"Ciclo de morte e ressurreição da esperança"
Nas minhas mãos o bolso
O sol no céu, tão longe
Onde fui parar, onde
Me tornei invisível, tão insosso?
Sinto o osso, sinto
Mas o músculo não o movimenta
Sinto a desgraça rindo
A perfeição do amor me atormenta
Numa fração de segundo
O morto revira os olhos
Último furacão de vida
Pra morrer outra vez pro mundo
Pra evaporar dos poros
A alma tão cansada quanto linda.
O sol no céu, tão longe
Onde fui parar, onde
Me tornei invisível, tão insosso?
Sinto o osso, sinto
Mas o músculo não o movimenta
Sinto a desgraça rindo
A perfeição do amor me atormenta
Numa fração de segundo
O morto revira os olhos
Último furacão de vida
Pra morrer outra vez pro mundo
Pra evaporar dos poros
A alma tão cansada quanto linda.
quarta-feira, 9 de novembro de 2011
"Imageticamente"
Ela me confunde
Com seu olhar longe cogitando sonhos impossíveis
Em pinceladas tão românticas e certeiras
Suas pernas, consumindo-se em fogo ofegante porém calmo,
Me guiam da China à Coréia do Norte
Do Oiapoque ao Chuí
Passos pequenos durante a Eternidade.
E eu quero mais.
Mas sento inerme em seu divã,
De propósito abro meus braços simulando espanto
Pensando em enganá-la mas só me enganando
E ela se divertindo sabendo de tudo
Dando tiros no escuro seguindo os meus gemidos
Eu sei que sonho através daqueles olhos distantes
É uma deusa olhando a criatura
E que sem ela não existiria tal qual deusa...
Ela, ela...
Ela mente:
Ela, minha Mente.
E eu quero mais.
Com seu olhar longe cogitando sonhos impossíveis
Em pinceladas tão românticas e certeiras
Suas pernas, consumindo-se em fogo ofegante porém calmo,
Me guiam da China à Coréia do Norte
Do Oiapoque ao Chuí
Passos pequenos durante a Eternidade.
E eu quero mais.
Mas sento inerme em seu divã,
De propósito abro meus braços simulando espanto
Pensando em enganá-la mas só me enganando
E ela se divertindo sabendo de tudo
Dando tiros no escuro seguindo os meus gemidos
Eu sei que sonho através daqueles olhos distantes
É uma deusa olhando a criatura
E que sem ela não existiria tal qual deusa...
Ela, ela...
Ela mente:
Ela, minha Mente.
E eu quero mais.
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