quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Sombra do nada

Não há relevo que demarque o medo que sinto
Ando pelas reentrâncias da minha consciência e vejo
Névoa.
É um vazio que preenche a vida num parasitismo inócuo
Que só denota sofrimento...
Aprendo o que a morte desensina
Sofro no que depois a perversão anima
Depois do gozo a solidão
Depois do vôo desesperado o chão
Névoa, e nem é úmida,
É sêca, dela nada nasce
Nem um alarde
Nem um implorar por vida.
Naquele momento da noite me senti tão vivo
Acho que por não me lembrar tão bem do momento
Mas acho que sim, me senti águia
Sendo apenas presa bêbada
Se sentindo águia...
Ao meio-dia durmo
Ao meio-dia como
Ao meio-dia amo
Ao meio-dia morro
Tudo num meio-dia insuportável
Na metade descaradamente exata
Irritantemente exata
Do nada.

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