quarta-feira, 8 de maio de 2013

Múmias de Fogo

Céu e pedras amarelos
O começo de um amor sem fim
Corrida de adolescentes ébrios
Fútil e lindo mesmo assim
Coquetéis (molotov e de sangria)
Bordel de uma noite insólita
O amanhecer de um amor em agonia
Que morreu (mas não de maneira mórbida)
Um amor que não sabia amar
Mas que facilitou o aprendizado
Para um amor que consegue durar
Não em termos de nós, mas de laços
A morte que esmagou cabeças
E que mais tarde virou pó
Mas que sempre vem na lua cheia
Separar o joio do só
Que sabe que tudo no fim
Termina no fim infindável
Infindável fim: é assim
O segredo para sempre insondável
Dos momentos-múmias de fogo.


Valéria Dusaki

Eterna construção

Eu te amo um amor bom
Como alguém que constrói algo
E quer que dure pra sempre
E entre reboques, chuvas e reparos
Faz com que isso aconteça
Perfeitamente imperfeito, claro
E sapatos e cacos
Dinheiro e cantinas
Perfeições e paixões
Ódio e amor, carne e deus
Mas sempre eu e você
Quando você se preocupa
Você está sempre certa
Em todos os sentidos
Até hoje sempre fui culpa
O diabo à minha espera
E sempre saio só um pouco ferido
E aprendo que certas coisas
Devemos manter com unhas, dentes
E beijos.


Valéria Dusaki