Toda rosa tem seus espinhos
Pise em mim e você irá senti-los
Sangrar sua pretensão em me esmagar
Seu sádico desejo de matar
Toda beleza que não te pertence
Toda beleza que ofusca seus pertences
Imaginários, frutos de uma vaidade
Tão sem motivos quanto com muito alarde
Para, assim, todos só notarem a grandeza
Dos gestos e palavras eloqüentes
E assim, encontrando a falsa certeza
De que atrás de uma beleza estéril há uma mente
Que sente, ao invés de apenas tatear
O imenso e solitário inferno de pensar
Pensando que pensa que se sente
Mas, na verdade, a continuar dormente.
Valéria Dusaki
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