Espero
E sangra a vida em outros olhares
E se constrói a vida em outros pares
E a mensagem na garrafa percorre outros mares
Espero
E a música perfeita passa zunindo
Atrás da porta o destino rindo
Percebe que o vejo mas estou fingindo
Espero
E o esmero com a toalha de mesa aumenta
À medida que cresce a maldita tormenta
Do idiota destruir tudo com molho de pimenta
Espero
Até ela quase dizer eu te amo
Mas num suspiro dizer em pesar "eu te chamo
Mas o ramo de flores que me destes ainda é só um ramo"
Espero até a dor fechar meus olhos
E a migalha de atenção reavivar meus poros
Pra no próximo segundo não respirarem mais
Espero até o navio me trocar pelo horizonte
Mas na minha mente em algum lugar ele se esconde
Me torturando apenas com o zunido que a onda faz
Espero até você chegar aqui
Apenas por não ter pra onde ir
Apenas pelo mundo se reduzir a me amar
Espero até o esmero transfigurar-se em desespero
Evitando o sonho que se tornará pesadelo
Espero o controle certeiro de algo que nem há.
quarta-feira, 28 de janeiro de 2015
terça-feira, 27 de janeiro de 2015
O sentido dos rituais
(Ancestralidade)
Eu revivo o início
Envolto em túneis curtos
O trem antes anunciado
Pelo ruído do ferro
Aquele do primeiro sabre
Que veio do primeiro sangue
Que derramado, todos sabem
Foi em favor de guerra exangue
(Individualidade)
Trotando dentro do meu ser
O alazão pede passagem
Pra atravessar meu coração
Pra retomar minha viagem
Como assim pode ser tão longe
O esconderijo onde se esconde
O espirito do que eu sou
Ou o espirito que se tornou?
(Universalidade)
É lento o pranto mas salga a faca
É dentro o manto que o grito rasga
E o grave ousa tornar-se agudo
Como a criança criando o adulto
Redemoinho do universo
Conjunto de tudo, mas sempre pára:
Palavra, entulho. A força do verso
Espevita o entulho de novo
E na alma o entulho imerso
Faz a força do verso
Ser o músculo do soco
(Poesia)
O ferro antes anunciado
Pelo ruído do trem
É o sentido do amém
Antes de sacralizado.
Eu revivo o início
Envolto em túneis curtos
O trem antes anunciado
Pelo ruído do ferro
Aquele do primeiro sabre
Que veio do primeiro sangue
Que derramado, todos sabem
Foi em favor de guerra exangue
(Individualidade)
Trotando dentro do meu ser
O alazão pede passagem
Pra atravessar meu coração
Pra retomar minha viagem
Como assim pode ser tão longe
O esconderijo onde se esconde
O espirito do que eu sou
Ou o espirito que se tornou?
(Universalidade)
É lento o pranto mas salga a faca
É dentro o manto que o grito rasga
E o grave ousa tornar-se agudo
Como a criança criando o adulto
Redemoinho do universo
Conjunto de tudo, mas sempre pára:
Palavra, entulho. A força do verso
Espevita o entulho de novo
E na alma o entulho imerso
Faz a força do verso
Ser o músculo do soco
(Poesia)
O ferro antes anunciado
Pelo ruído do trem
É o sentido do amém
Antes de sacralizado.
sábado, 24 de janeiro de 2015
Rosa impossível (guerramor)
Eu sinto você morrendo dentro de mim
Murchando, indo embora
Dentro de mim
Correndo pra algum lugar
Dentro de mim
Algum lugar no qual eu não poderei mais
Ir assim
Como quem sente o Deus presente
Sem precisar rezar
Vou ter que rezar pra te encontrar
Como eu faço com a esperança
Como eu faço pra diminuir a distância
Como quando converso com a estrela.
Eu sei que é o certo
Sua deserção da nossa guerra
Em busca de um país neutro
Mas agora sou só um soldado
Com as feridas
Da nossa guerramor
Com os conceitos embaralhados
E sua foto na carteira...
Não murche,
Minha rosa impossível...
Murchando, indo embora
Dentro de mim
Correndo pra algum lugar
Dentro de mim
Algum lugar no qual eu não poderei mais
Ir assim
Como quem sente o Deus presente
Sem precisar rezar
Vou ter que rezar pra te encontrar
Como eu faço com a esperança
Como eu faço pra diminuir a distância
Como quando converso com a estrela.
Eu sei que é o certo
Sua deserção da nossa guerra
Em busca de um país neutro
Mas agora sou só um soldado
Com as feridas
Da nossa guerramor
Com os conceitos embaralhados
E sua foto na carteira...
Não murche,
Minha rosa impossível...
quarta-feira, 21 de janeiro de 2015
Marés
Eu sou especial
Como todo mundo
Sou raso, sou profundo
Dependendo da profundidade do dia.
Às vezes quero abraçar o céu
Com meus braços de Tiranossauro Rex
Tirano de dentes afiados
Mas braços minúsculos pra abraçar
Esse azul tão lindo quanto longe.
E se o longe é um lugar que não existe
Por estar logo aqui sob meus pés
Te espero como o azul no cérebro persiste
Como um amor grandioso que insiste
Tal qual o movimento das marés...
Como todo mundo
Sou raso, sou profundo
Dependendo da profundidade do dia.
Às vezes quero abraçar o céu
Com meus braços de Tiranossauro Rex
Tirano de dentes afiados
Mas braços minúsculos pra abraçar
Esse azul tão lindo quanto longe.
E se o longe é um lugar que não existe
Por estar logo aqui sob meus pés
Te espero como o azul no cérebro persiste
Como um amor grandioso que insiste
Tal qual o movimento das marés...
segunda-feira, 19 de janeiro de 2015
Olhe o mundo
Olhe o mundo
Pessoas se esquecendo de si mesmas
E se lembrando dos outros
Sempre os outros
Os outros têm os melhores dias
Os outros têm os piores dias
Os outros, os outros, os outros...
Deixemos os outros pra lá
Que inevitavelmente, no nosso próprio mundo,
Aqui dentro nessa Terra devastada pelos outros,
Alguns outros que se importaram consigo mesmos
Esqueceram de propósito sementes de alegria...
Porque os outros que são eles mesmos
Costumam esquecer de propósito
Por não ligarem muito pra que nos lembremos deles
E tal qual uma piscadela para o infinito
Vista de passagem, numa sorte mais que menos programada
Eles provam
Que basta olhar o mundo
Para olharmos
Nós mesmos.
Pessoas se esquecendo de si mesmas
E se lembrando dos outros
Sempre os outros
Os outros têm os melhores dias
Os outros têm os piores dias
Os outros, os outros, os outros...
Deixemos os outros pra lá
Que inevitavelmente, no nosso próprio mundo,
Aqui dentro nessa Terra devastada pelos outros,
Alguns outros que se importaram consigo mesmos
Esqueceram de propósito sementes de alegria...
Porque os outros que são eles mesmos
Costumam esquecer de propósito
Por não ligarem muito pra que nos lembremos deles
E tal qual uma piscadela para o infinito
Vista de passagem, numa sorte mais que menos programada
Eles provam
Que basta olhar o mundo
Para olharmos
Nós mesmos.
segunda-feira, 5 de janeiro de 2015
Palávrimas
Como reaproximar o que está dentro
O gole na cachaça reaviva
E toda a periferia volta ao centro
Assim como o coração do lado esquerdo
Não centro
Mas centralizado
Quando se centraliza.
Me rasgo debaixo dos pneus que hão de vir
Me rasgo na faca do demônio que inventei
Te amei, te amei, te amei, te amei
Tanto que conseguir ainda sei
Te amei espelho meu
Te amei tanto que ao te abraçar te quebrei
Te amei tanto que ao abraçá-lo quebrei a imagem
Reflexo quebrado pra amar mais intimamente cada parte
Cada chá
Cada grito
Cada mentira
Cada luz que se esconde na escuridão
Cada rastejo de volta ao esgoto de veludo
Cada dor, cada lágrima nas quais me afogo agora
E não acreditei que eu poderia morrer em vida
E isso é tão óbvio.
O gole na cachaça reaviva
E toda a periferia volta ao centro
Assim como o coração do lado esquerdo
Não centro
Mas centralizado
Quando se centraliza.
Me rasgo debaixo dos pneus que hão de vir
Me rasgo na faca do demônio que inventei
Te amei, te amei, te amei, te amei
Tanto que conseguir ainda sei
Te amei espelho meu
Te amei tanto que ao te abraçar te quebrei
Te amei tanto que ao abraçá-lo quebrei a imagem
Reflexo quebrado pra amar mais intimamente cada parte
Cada chá
Cada grito
Cada mentira
Cada luz que se esconde na escuridão
Cada rastejo de volta ao esgoto de veludo
Cada dor, cada lágrima nas quais me afogo agora
E não acreditei que eu poderia morrer em vida
E isso é tão óbvio.
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