quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Sobre o nosso Amor

As pessoas querem é amar,
E não serem amadas.
O Amor do outro é o estopim
O Amor do outro é o sim
Que falta pra completar
O nosso Amor por nós mesmos.
Não amamos sozinhos
Quem ama sozinho
As lembranças o traem
Como pontes invisíveis para o coração da amada
E do amado.
Eu amo quem não me ama
E isso basta
Claro que não por muito tempo
Mas os sonhos são o remendo da minha alma desiludida com o Sol
É porque quem ama se descobre
E quem é amado muitas vezes
Se esconde na vaidade...
Só é amado quem sabe amar
Tal qual o toque na pele do outro
Sem tocar
Olhares que se tocam
Meu Don Juan castanho
Numa valsa com sua Menina-dos-olhos
Também castanha
Numa savana africana qualquer...
Eu só quero amar
E ser amado pra reconhecer meu céu
No seu céu.

sábado, 7 de novembro de 2015

Emanar Amor

Sinto saudade das suas roupas espalhadas
Dentro do meu coração
Mas, forçadamente,
Tive que fazer a arrumação.
Porém como varrer a aura dos pensamentos
Pra debaixo dos tapetes?
Não são simples roupas sujas
Os meus antigos quereres...
E nessa casa vazia ecoam sonhos solitários
Na cozinha não preparo mais pão pra ninguém
Não preparo mais chá pra ninguém
E minha vontade de emanar Amor fica presa na garganta
E escorre pelo rosto
Triste
Tísico
Tosco...
Seja muito feliz
Te amo como quem abraça um sonho
E acaricia o sonho
O sonho da minha essência sendo o passado mais feliz
E o futuro que emana
Dos seus olhares mais perfeitos
Pra mim.

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Monstros

Monstro criando monstro
Mãos ávidas por dor
Espelho criando cacos
Os cacos antes pétalas da flor
Bomba criando estrondo
Monstro ressoando no monstro
O chão se arrastando
No réptil
Deus tirano decapitando
O cético
Atrocidades reduzidas
A miudezas no jornal
Sendo que sua essência desumana
É garrafal
Tantos nomes que nascem das letras
Num feitiço-fetiche que ninguém pode evitar
De onde saem rezas de amor impossíveis
Ou monstros horrendos do fundo do mar.