quinta-feira, 8 de novembro de 2018

Brotar da semente (bote de amor)

Momento de tocar na toca
Recompor a alma...
Revisitar poesias do passado
Para preparar as do futuro.
Hoje encaro a solidão de frente,
Hoje encaro o espelho
Mas a saudade é estampada no olhar
E como nunca fui bom em fingir
O suor da alma cai outra vez.
Tenho me perdoado.
Tenho agradecido por mais essa chance
Tenho me tornado minha própria gangue
Da paz
Mas lábios insistem em nascer da pele,
E sussurros sacanas surram os ouvidos
E brigas de outrora chicoteiam culpas na mente
E é difícil o brotar da semente...
Energias boas estão comigo, eu sei
E as lágrimas são leves pois são apenas minhas
E descem com o peso do Amor futuro
Pra quem comporei as mais lindas canções...
Mas hoje é o momento do silêncio
Pois é em estátua
Que a cobra arma seu bote
Assim como armo meu bote de Amor.

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Fuzil Anil

Eu sou um papel opaco
Tal qual essa Pátria
Escrever Esse Nome
Me assusta
Todos estão na rua
Degladiando-se com um fuzil
Chamado Brasil
E o que faremos?
Os seus olhos eu amo
Mas seus olhos não tenho
Num país que não rima com anil.
Te amo, Amor
Mas as cores não tem rimado mais
E no seu vazio furor
Morre minha contida paz
Quero morrer
Vendo-te no meu perecer rindo
Sem nem saber aonde você mesma está indo
Então mil vezes morro
Pois do teu lado
Sou um anjo morto
Mesmo que alado
E ao lado seu deus me vela
Com uma silenciosa vela
A vigiar minha perdição
Vela tão silenciosa quanto covarde
Não enfrenta meu alarde
Tarde por você fingir esquecer
E na rede social os peixes estão vencidos
Pois nem conhecem o Mar
Da Vida singrando na Linda Brisa
Verde-amarela
De Você.

quinta-feira, 8 de março de 2018

Gato mia

Um brinquedo quebrado?
Não.
Brincadeira quebrada.
Não são meus braços arranhados
Nem os que arranhei
São os meus pensamentos decepados
E os olhares que arranquei
Me sinto uma brincadeira quebrada:
Conceitos nos quais criei Deus
Tornaram-se fluidos pelo ralo
Muitos dos quais não meus...
E gozei demais
De mim
Pra gozarem nas minhas costas
No fim
Minhas mãos estão sujas de parquinho de adultos
Onde o pique-pega se encharca de intimidação e insultos
Onde a cacofonia fúnebre fazem focas virarem fofocas
Onde perder significa carros queimados e revolta na cidade
Eu não fiz regras pra mim
Então você se encarregou de fazer o gato miar
No escurinho do cinema
Comigo na ribalta da vergonha
Luz imensa de dor dentro
Eu mereço
Precisava de alguém pra destruir meu ego de perdedor
Foi eu me punindo
Por jogar ao invés de brincar
A culpa foi minha:
Escolhi a sala eterna de espelhos
Ao invés da montanha-russa do Amor.

sábado, 24 de fevereiro de 2018

Prato de Loucura

Sibilando charme
Cuspindo fogo pelos olhos
Com o toque de uma gata que quer arrancar minha alma com as próprias mãos
Sem rituais
No seco
Pra depois jogá-la no abismo do Nada.
Pele alva
Striptease das máscaras do olhar
E sobra o sangue
E a reviravolta do sono...
Há uma falta, carência
Que reforça o carinho inerente
Que é guardado numa fortaleza
Que se rompe com o olhar certeiro.
Ultrapasse a carência
Deixe-me cuidar da falta
E me morda que eu aguento
Pois sei que você me morde pra me beijar depois
E se não for,
For pura e simplesmente dor,
Foi um lindo prazer
Provar o seu prato de Loucura
Temperada
Com
Amor

A ninguém pertence

Você começou perscrutando a minha alma
Com palavras doces e sinceras
Verdades perturbadoras mas calmas
Pela sinceridade contida nelas

Sua sinceridade em ser louca
Instigando a ventania do meu abismo
Da essência pro corpo pra fala pra roupa
Destruindo todos os ades e ismos

Me leve pro Inferno
Com a Deusa do seu hálito
Fazendo o equilíbrio eterno

Sem rimas nem nada:
És a prova viva
De que o amanhã a ninguém pertence...

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

Trupicando lá se vai o coração

Amo tanto que meu coração trupica
Pois duvida
Em si mesmo tropeça
Prega uma peça
De xadrez
Sou pião
De obra
Divina
Nesse rala nos teus olhos
Mas teso o seu carinho se torna rústico
Rezo mas a cura eu entorno tísica
E amo tanto que a vida se põe eterna
Mas suicida

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

Meios e seios

Sangue
Exangue
Xadrez de
Orifícios
Sempre molhados
E tesos
Xenofilia
Oriunda da pátria única de pele e olhos
Seja
Esteja no
X da questão
Os fins são os meios