quinta-feira, 13 de agosto de 2020

Nárnia aqui do lado

Eu queria que as pessoas me vissem

Não como um meio para um fim

Mas como um fim em mim.

Não vissem o que eu tenho

Não vissem como eu sou gostosa

Não vissem o meu status no underground

Não vissem os equipamentos que eu tenho

Não vissem o carro que eu não tenho.

Vissem o pai que eu perdi

E a família carinhosa que eu ganhei

Vissem que o que eu dou é por bondade

Vissem minha sensibilidade

Vissem minha escrotidão

Mas não vissem apenas o que lhes convém

Não vissem se digo ou não amém

Ou pra quem

Mas porquê o digo

Não me vissem como uma casa luxuosa

Mas me vissem como um Abrigo Ambulante

Leal e infiel

Mas também um papel 

Em branco...

Pra quem não quer simplesmente comprar livros de poesia

Mas ser POESIA

Tudo o que eu quero precisa se tornar alteridade íntima primeiro

Abandone a carência e o desespero

Não. Não abandone.

Converse com eles

Atitudes não são bombas arremessadas de longe por máquinas

Quero ver você enfiar o sabre em seu oponente e ver seus olhos contorcerem-se

A alma que nem sabemos se esvaindo

O grito de horror

Amar não é poesia em Facebook.

É constatar que 

Num abraço 

Sincero 

Você cativou alguém 

Pra sempre

E saber lidar com isso

S

E

J

O

G

U

E

N

O

P

R

E

C

I

P

Í

C

I

O

   .

    .

     .

      .

       .

        .

         .

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