Eu queria que as pessoas me vissem
Não como um meio para um fim
Mas como um fim em mim.
Não vissem o que eu tenho
Não vissem como eu sou gostosa
Não vissem o meu status no underground
Não vissem os equipamentos que eu tenho
Não vissem o carro que eu não tenho.
Vissem o pai que eu perdi
E a família carinhosa que eu ganhei
Vissem que o que eu dou é por bondade
Vissem minha sensibilidade
Vissem minha escrotidão
Mas não vissem apenas o que lhes convém
Não vissem se digo ou não amém
Ou pra quem
Mas porquê o digo
Não me vissem como uma casa luxuosa
Mas me vissem como um Abrigo Ambulante
Leal e infiel
Mas também um papel
Em branco...
Pra quem não quer simplesmente comprar livros de poesia
Mas ser POESIA
Tudo o que eu quero precisa se tornar alteridade íntima primeiro
Abandone a carência e o desespero
Não. Não abandone.
Converse com eles
Atitudes não são bombas arremessadas de longe por máquinas
Quero ver você enfiar o sabre em seu oponente e ver seus olhos contorcerem-se
A alma que nem sabemos se esvaindo
O grito de horror
Amar não é poesia em Facebook.
É constatar que
Num abraço
Sincero
Você cativou alguém
Pra sempre
E saber lidar com isso
S
E
J
O
G
U
E
N
O
P
R
E
C
I
P
Í
C
I
O
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