sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

Lar no Abismo

Há uma sinergia entre o Intrínseco e o Céu

Tal qual uma casca degustada pelo léu

E ao léu um tal Mel escorre em lábios que de, tão Seus,

Faz-me acreditar que mesmo ao léu estala Deus


Quando eu ando em frias ruas, frias de doer

Numa manhã quente de um inferno de viver

O que dói é meu: a Dor fui eu quem pôs ali

Tragando a morte em falso por não conseguir fugir


Abismo dos seus olhos e ventos nos meus cabelos

Não há Amor que eu chame sem antes ter tido um beijo

Há o fogo e a centelha, há o sal e há o mar


A existência perde pra essência a noite inteira

Mas no final a morte trazendo a paz derradeira

Engana-nos pois traz paz mas não a do nosso Lar...  

Lar lá.

Abismo onde?  

sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

E o que pra ti isso faria?

Se a patifaria dos párias

Se espatifaria

E isso partiria-me em prantos

Eu não sei

Mas será que falta isso faria?

O que que se espatifaria

Para o rei?

A Garça, o Pato e a Simpatia

Estou doente

De uma doença sem cura

Vítima exangue de qualquer um

Que tenha o mínimo de Amor no olhar

Tenho uma patia

Que me faz amar até os patos

(E por que não patos?)

É a doença da

SIM 

PATIA!

Falo sim pra tudo!

Papeio com o morador de rua

Tomo uma cerva com o juiz

Tomo um açaí com o evangélico

Mas prefiro os roqueiro doido da Cei!

Mas é só uma preferência

Converso com gente besta

(Dá uma dó... Mas a gente aguenta)

Não dou um tiro na testa

E sim um gostosíssimo beijo

E sigo doente de SIM PATIA

SIMSIMSIMSIMSIMSIMPATIA

O PATHOS DO MAIS LINDO PATO

QUE ACEITA O SONHO DE SER GARÇA

E A GARÇA SEM GRAÇA PELA SUA ARROGÂNCIA

LOGO SE RI GRASNANDO COMO PATO

E OS DOIS SE DIVERTEM PELO BOSQUE

SIMSIMSIMSIMSIMPATIAAAAAAAAAA


O Enterro

Que os seus olhos sejam carcomidos

Pelos vermes da minha memória!

Que os gritos de Amor sejam abafados

No Calabouço de nossa putrefata história!

E que em seu solo marmóreo, frio e triste

Continue resplandecente

A Orquídea-Mestra do Amor!

Taj Mahal e Notre Dame se foram

Pra um lugam dentro de mim

Que já nem sei

Já não sou servo muito menos rei...

Que meu olhar por você siga a reta do Infinito

Onde o Deus Eros enforcado pendula

Depois uma noite sado-maso!

Que a sensação do seu abraço

Seja só um sibilar escasso

Da serpente mais quente do nosso Jardim do Éden!

Não te amarei nem te amei:

Te amo.

Por isso seu enterro 

Tão puro 

Quanto profano!