sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

O Enterro

Que os seus olhos sejam carcomidos

Pelos vermes da minha memória!

Que os gritos de Amor sejam abafados

No Calabouço de nossa putrefata história!

E que em seu solo marmóreo, frio e triste

Continue resplandecente

A Orquídea-Mestra do Amor!

Taj Mahal e Notre Dame se foram

Pra um lugam dentro de mim

Que já nem sei

Já não sou servo muito menos rei...

Que meu olhar por você siga a reta do Infinito

Onde o Deus Eros enforcado pendula

Depois uma noite sado-maso!

Que a sensação do seu abraço

Seja só um sibilar escasso

Da serpente mais quente do nosso Jardim do Éden!

Não te amarei nem te amei:

Te amo.

Por isso seu enterro 

Tão puro 

Quanto profano!


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