quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Picotes

Não sinto mais nada
Olhos são janelas
Pelas quais sangro pero no mucho
Um Van Gogh amarelado pelo tempo
Meu discurso são cacos de prelúdios murchos
Folhas picotadas marcadas com sangue coagulado
Da última briga que tive
Comigo mesmo.
Era uma poesia tão bonita
A dos picotes
As palavras saíram tão quentes
Súbitas tão pensadas
Flores ao vento arranjadas
Em guirlandas na porta da
Nossa casa
Que era num lugar
Qualquer
Qualquer lugar, sempre...
Um sol de estraçalhar o mundo
Mas feliz
A lua e seu luar fecundo
Um chafariz
De vinho e planos e peles
Secreções de alegria
(Lágrimas a brilhar
Lindas no Luar)
Sinto sua noite no meu dia
Sinto sua calma na minha agonia
E me perco
Na sua certeza.

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