Quando eu a vi,
Meu coração disparou.
Não vi pra que lado.
Provavelmente pra ela, mas ela nem percebeu,
E nem eu...
Como um raio partindo o céu imaculadamente alvo (alvo),
Ela apareceu num dia antissepticamente salvo,
E me sujou no ato da sua aparição.
E no meio da cidade ela me aparece,
Num evento que nem um alfaiate celestial tece,
Algo de estilo, algo de classe,
Algo de CARNE,
Algo de essencialmente intrigante,
Me aparece comprando uma ameixa no carrinho de frutas
Do centro da cidade.
"E por que uma deusa compraria uma fruta doce e suculenta"
-me pergunto-
"Se ela é a mãe de tudo, aliás dos prazeres
Da fruta suculenta?"
"Só pra mostrar que ela pode..." respondo...
E ela vai embora com a manga, ou a uva, ou a maçã
Com seu estiloclassecarne,
Me deixando engasgado a gritar mentalmente seu nome que eu nem sei
Com a vontade,
Muita vontade,
Imensa vontade,
Incomensurável vontade,
A essência da vontade de ser aquela fruta!
Ahhhhhhññññ...
quarta-feira, 14 de março de 2012
quarta-feira, 7 de março de 2012
Aos meus amigos
Inevitável é a morte
Por isso penso nela: ela está lá
Eternamente fitando, namorando a corda da nossa existência
Mas se inevitável, por que o fascínio?
Fecha-se em si mesma, hermeticamente dentro de nós,
Não podemos manipulá-la ao ponto de moldar
O nosso bem ou mal-estar sobre
A egoísta e comunitária,
A unidade e fragmentada,
A algoz que controlamos
A raiz tão quanto ramos...
As lembranças já nos enganam
Pondo cores novas em negativos inférteis
Porém que deles novas visões emanam
Organizamos em várias ordens cenas indeléveis
Dependendo do humor e necessidade
Simples e complicada vontade.
Queria dançar como ontem
Num vento impensado, relógio quebrado porque não o percebemos
Despertando como hoje, cansado porque o descobrimos
E por que o hoje sempre parece pior que o ontem?
Porque o ontem não está mais ao alcance,
E então as cores nos negativos podem se entrelaçar
De maneira fantástica,
Pinceladas dignas de um Van Gogh...
Van Gogh pincelou tanto o ontem
Que cortou a orelha pra amortecer
Os gritos do Hoje...
"Se pelo menos
Não vivêssemos tentando ser felizes,
Até que poderíamos nos divertir bastante..."
Por isso penso nela: ela está lá
Eternamente fitando, namorando a corda da nossa existência
Mas se inevitável, por que o fascínio?
Fecha-se em si mesma, hermeticamente dentro de nós,
Não podemos manipulá-la ao ponto de moldar
O nosso bem ou mal-estar sobre
A egoísta e comunitária,
A unidade e fragmentada,
A algoz que controlamos
A raiz tão quanto ramos...
As lembranças já nos enganam
Pondo cores novas em negativos inférteis
Porém que deles novas visões emanam
Organizamos em várias ordens cenas indeléveis
Dependendo do humor e necessidade
Simples e complicada vontade.
Queria dançar como ontem
Num vento impensado, relógio quebrado porque não o percebemos
Despertando como hoje, cansado porque o descobrimos
E por que o hoje sempre parece pior que o ontem?
Porque o ontem não está mais ao alcance,
E então as cores nos negativos podem se entrelaçar
De maneira fantástica,
Pinceladas dignas de um Van Gogh...
Van Gogh pincelou tanto o ontem
Que cortou a orelha pra amortecer
Os gritos do Hoje...
"Se pelo menos
Não vivêssemos tentando ser felizes,
Até que poderíamos nos divertir bastante..."
quinta-feira, 1 de março de 2012
Estrela Eterna
Numa hora alguém sempre morre
Ou vai embora nos dias
Alguém que perde a chave do cofre
Alguém que perde a noção da alegria
Alguém que esqueceu de comer espinafre
Ou engoliu sem querer criptonita
A infância que volta só pra quem sofreu
Pois soube que a infância não mais existia
E eu sei que você encontrará essa aurora
Quem sabe eu esteja lá bem nessa hora
Em segundo plano, no sopro do vento
Na cena do seu mais sagrado momento
E o estalo que dá quando tudo está
Surpreendentemente exato no seu lugar
Vai invadir o seu corpo e sua mente e enfim
Completará-se o ciclo que te trouxe até mim
É um caos tortuoso esse sangue correndo
E seria espantoso se não fosse horrendo
Esse tropel de eventos que tentamos conter
Com nossas teorias a sangrar e escorrer
Desse corte na alma chamado razão
Que inevitável pulula o pus adentro
Sem remédio que pare a propagação
Do absurdo que corrói o mais pesado remendo
Como os olhos que eu vi sem o brilho de antes
Coração que morreu do próprio vítima exangue
A Estrela Eterna que por fim se extinguiu
O amor que se foi pra puta que pariu.
Ou vai embora nos dias
Alguém que perde a chave do cofre
Alguém que perde a noção da alegria
Alguém que esqueceu de comer espinafre
Ou engoliu sem querer criptonita
A infância que volta só pra quem sofreu
Pois soube que a infância não mais existia
E eu sei que você encontrará essa aurora
Quem sabe eu esteja lá bem nessa hora
Em segundo plano, no sopro do vento
Na cena do seu mais sagrado momento
E o estalo que dá quando tudo está
Surpreendentemente exato no seu lugar
Vai invadir o seu corpo e sua mente e enfim
Completará-se o ciclo que te trouxe até mim
É um caos tortuoso esse sangue correndo
E seria espantoso se não fosse horrendo
Esse tropel de eventos que tentamos conter
Com nossas teorias a sangrar e escorrer
Desse corte na alma chamado razão
Que inevitável pulula o pus adentro
Sem remédio que pare a propagação
Do absurdo que corrói o mais pesado remendo
Como os olhos que eu vi sem o brilho de antes
Coração que morreu do próprio vítima exangue
A Estrela Eterna que por fim se extinguiu
O amor que se foi pra puta que pariu.
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