Vida: morrer e ressuscitar a cada momento
Apenas pra sentir o perigo mortal rente
E na morte descobrir que a vida, dormente,
Não vale nada só com o marasmo do vento
Que o vento se transforme em tempestade!
Que a coragem signifique liberdade!
O medo se torne prudente e não covarde!
Amor, semente doente intensamente ausente;
Serpente mente. Dormente quente, porém friamente.
Sua beleza se contrasta com seu veneno mortal
E nos dividimos, perdendo a noção do bem e do mal
E no prazer do gozo, a dor se torna pior.
Nas milhões de loucuras, a realidade só.
Nessa melancolia, de mim mesmo sinto dó.
E o frio me faz sentir que você não está aqui
E que o meu esforço gigante me fez pequeno sentir
E que as orquídeas, tão raras, desapareceram enfim
E que você foi embora e eu me senti sem mim.
Dor, me faca crer no seu inevitável suicídio;
Rancor, desapareça e não deixe o menor vestígio;
Amor, me diga o que fazer para não ser mais vencido.
Valéria Dusaki
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