segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Vida definitiva

Eu quero sangue e suor
Morrer andando, lutando
Você estava feliz e sedado quando te vi
Atirando-se num futuro escolhido
Por outrem. Ontem.
Os latidos te incomodavam
O relógio te enfrentava
E você passivo, passado, pasmo, pateta, podre
Você estava dormindo acordado quando te vi
Falando sobre sonhos como quem sonha
Falando. Descrevendo na inércia
A imaginação pungente (imaginação)
Amanhã foi legal comparado com
O ontem que o hoje é. Segundos pra trás
Minutos pra frente hora parada
Caminhada na esteira da indecisão
Minha. Milhões de quilômetros, passos
Firmes em direção à cova.
Eu sei o que é uma poesia definitiva
Eu sei quando ela agride minhas células
Conjuntivas e minhas
Gengivas sangram pois não posso mais
Comer (sem viver)
Viva a vida que começa a partir de agora
(03h:07min e 30s).


Valéria Dusaki

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