É um cinismo disfarçado de justiça
O desespero embebido em pinga pura
A cocaína que o nariz fudido cura
Invertendo a culpa certa mas furtiva
É o rock and roll sem alma que me deixa surdo
Impregnando até a ponta dos meus dedos
Tornando minhas sagradas vísceras sonetos
Mais falsos que essa política do absurdo
Verdades empedradas nesse inconsciente
Mais factual do que um tiro na sua testa
Porque nem uma bazuca quebra a crosta-creme
De gente que não vê o espelho, essa gente
Nas quais me incluo pra me excluir depressa
Como uma puta que não goza porém geme.
Davi Kaus
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