quinta-feira, 5 de junho de 2014

Poesia Fluida

Tremo enquanto gozo
O gozo, santo e poço
O frio é quente e grosso
Como cuspe de ressaca
Eu não quero mais a veste
Que assassina a minha pele
Que não afaga, só reveste
E que coça bem de leve
Leve feito arma branca
Leve feito membro em falta
Essas amputadas mãos
Tateadoras da minha alma

É um cansaço que é alerta
Um cansaço que alerta
Pro motivo do cansaço
É um alerta pro cagaço
Que fez todo esse cansaço
Num cagaço sem porquê
Na repetição do medo
Na inconstância dos clichês
De ser sempre o mesmo sangue
De reter os mesmos versos
Só pra manter a pureza
Do que tornará-se inverso
Não importa o que e por quês...

Tremo enquanto gozo
É um alerta pro cagaço
Um alerta pro cansaço
Que constrói a minha revanche
Que reveste, coça e afaga
Imantada armadura
Que pela pureza da pele
Também torna-se tão pura
Como essência transferida
Misteriosa sinergia
Entre criador e criatura.

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