quarta-feira, 11 de junho de 2014

Soneto de Medo e Coriscos

Medo que exaure as veias
Que de velho é putrefato
E que pelo mesmo fato
Arde em miasmas cinzas, feias

É uma liberdade refletida
Que, sendo assim, não é liberdade
Imagem grotesca de um surdo alarde
Num espelho que é só rascunhada a vida

Mas no coração os coriscos saltam
Em cada batida ancestral
Vencendo a morte também pura

Ciclo vivo que as mortes exaltam
Misturando o deus e o animal:
A morte da esperança que é cura.

Nenhum comentário:

Postar um comentário