sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Punk.

Eu vou conseguir
Nem que seja na morte
Nem que seja na sorte
Eu vou conseguir
E como eu sei que eu vou conseguir
Por isso já tô conseguindo
Tô lutando
Tô tocando
No meu íntimo
Fractais de amor
No todo limbo
Essa é minha oração
No meu covil
De país morto mas festeiro
De pai morto mas mãe eterna
Da minha amada que faz eu me amar...
Não desistam de mim
Porque eu não vou.

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Masmorra de mil céus multicolores

Há uma vastidão aqui dentro que jorra tempestade marítima
Mar alimentando água, água alimentando mar
Onde tudo é uno tal qual molécula
Uno mas cada parte autêntica...
Tal qual meus olhos alimentam as escuridões
Tal como alimento o absurdo com explicações
Eu e você numa simbiose sem dependência
Imantando as histórias dos livros com vivências...
Eu quero que os carros levitem agora
Ao sabor da minha visão
E que na queda brutal, ao se despedaçarem
Que buzinem no ritmo do meu coração
Eu quero entortar aquela viga de concreto
Me concentrando no ódio
Eu quero estar junto com as mil pessoas
No pódio...
Eu quero pôr pra fora a vastidão
Pois ao mesmo tempo que é a liberdade bruta de mil céus multicolores
Só aqui dentro é uma masmorra imunda
Pro meu coração.

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

"Simples (oração ao Deus-caramelo)"

Coma um caramelo
Adoce a sua vida
E que um simples caramelo
Tire o peso da ferida

Compre um caramelo
Por apenas um real
E que o resto do seu dia
Vire um eterno carnaval

Deixe o amor entrar
Que depende da sua dor
Pra termos vontade
De repararmos no amor...

Poeta bom é poeta eterno

...e enquanto o vento rói as ruínas
Descabelamos as palavras em nossas mãos
Querendo que o cachorro louco encontre o rabo
Nós que nem vemos o nada no vão
(Mas) vemos tudo (aliás)
Um poeta sempre vê em vão
Bem sabe Deus, essa força nula
Como o céu que me faz desabar em lágrimas...
E os poetas descrevem em aura-sangue
O tempo-tonelada
O Deus-caramelo
O sorriso-covinhas
Que é a cova da minha dor
Ou a dor da minha alcova
Apenas cave as covinhas
Com mãos suaves de uma súplica de Amor
E Perdão...
E que nos perdoem por sermos poetas vivos
E que aprendamos com os poetas mortos
Que espalharam suas almas nos livros
Como um eco de amor ressoa à porta
Da eterna
Memória.
...