terça-feira, 7 de outubro de 2014

Morte

Me sinto sujo pela merda que você me jogou
Me sinto sujo pela falta de amor
Do amor que arrancastes de mim
Com olhos tão poderosos quanto inúteis
Mas não posso deixar me contaminar
Essa sua soberba disfarçada de autoestima
Porque se és hipócrita comigo
Ainda resta uma esperança no cair em si
Ainda.
Mas por enquanto desisto da força do perdão
E me resguardo no meu sentimentalismo barato
Que sangra imagens de ódio impossível
Como um elefante numa caixa de sapato
Meu coração enrugado bate um estrondo surdo
Como um estertor quase inaudível da morte de um santo
Que sabe lá no fundo que não sabe o que é o Tudo
Das santas escrituras que o guiaram pelos anos
Anos de auto-flagelo
Mas hoje deus morreu pra mim
Pra que no som funerário do celo
Nasça uma linda sinfonia
No fim
De mim.

Nenhum comentário:

Postar um comentário