quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Muro, poste, pessoa, solidão (Amor de amantes na cidade-desespero)

Preenchem os telhados dos prédios
Os cigarros da decepção
Assim como os cigarros dos amantes.
Sonhos que vem e vão nas fumaças mais fumaças mais fumaças
Pensamentos esfumaçados
Como os quartos não faxinados
Da mente
Meu coração se aperta todo como a criança que abandonei lá
Com seus choros por carinho e vida...
Me ame, me gaste nas suas pernas cansadas de tentar
Tentando correr sempre mais
Pra chegar logo a nenhum lugar
Meus olhos te perseguem na névoa noturna de um dia ensolarado
E na espera angustiante da sua ida
Os cigarros se acumulam
Os da decepção
E os nossos.

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