Sinto o tempo até a tampa
Tampo o tempo e ele transborda
Tento tanto o tempo todo
E o tempo é a criança na borda
Da piscina turva e tão morna
Quanto o sangue da placenta
É tão cíclica essa morte
Quanto o norte que se inventa
Beije o amado e seu caixão
Sugue o céu do morto chão
Pise forte pise fundo
Nesse insensível segundo
Siga o rastro da ferida
E me veja do outro lado
Siga o segredo da vida
Beije o caixão tão amado
E se lembre: me esqueça
Sua cabeça é mais que isso
Quando a língua é só um vício
Não há poesia que mereça.
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