Não tenho mais medo de você
Ou da Musa que vai me abortar mais tarde
Vejo a dor vermelha descer
Menstruação de uma Eva que agora invade
Meu paraíso estraçalhado pela traça
Real e cínica da paixão-labirinto
Cadê a Deusa na alcova amarrada?
Cadê a diaba no limbo lindo rindo?
Todas misturadas nos ventrículos
No esquerdo e no direito os dois canhotos
Pois sou destro e o destro não mais adestro
Não tenho mais medo dos meus óculos
Vendo o passado feliz porém roto
Arroto de uma cor que ainda enxergo.
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