sexta-feira, 17 de abril de 2015

Nossa cidade

É um sonho além do sonho
Uma cidade de sonhos realizados
O coração de concreto vigoroso
Materialização do nosso osso
Rijo mas não petrificado

Um mendigo mendigando por Amor
E num toque sem malícia oportunista
Simplesmente dou o que ele pediu
Não sei por que escutei ao invés de moeda, Amor...

É que tudo é permitido quando não se vai tão fundo
Como o que enfia fundo mas nunca na alma
Calma não é calma, é só o desespero fugaz
Que faz da calma só ausência de um tino
Pra enxergar a explosão
Do desespero rindo
No espelho borrado
Da lotação

É uma poesia fria e distante
A que tento aqui
Por terem me destreinado a demonstrar o Amor
Eu vejo apenas ódio e sangue
Numa terra onde ensinam a agir
Como se o prazer apagasse a íntima dor...

É você, é tudo por você
Quando me olha você me descarna
Quando te permito você se esquiva
Mas calma com o desespero que, ao anoitecer,
Ele é fugaz mas encarna
A todo momento nas luzes fugidias da esquina...

Tantas palavras só pra dizer
O quanto eu queria que você, balconista do mercado,
Soubesse que eu te amo!
O quanto o cobrador fez feliz meu dia
Quando respondeu o meu sorriso!

A cidade é linda nos seus olhos meus:
Nossos.







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