O amanhã é grande. Quase eterno às vezes. Uma sangria desatada pelo hoje. Mas o amanhã é o que nos resta também. Só os ressentidos pelo hoje cospem no amanhã, e o ressentimento é uma caixinha de surpresas horrível, pois assim é traída a essência da caixinha de surpresa. Não vilipendiemos a essência da caixinha de surpresa. A melhor vida é a da caixinha de surpresa, é a única vida na verdade, são os sonhos fantásticos de hoje num mistério de epifanias óbvias que contém uma ligação tão sincera quanto as batidas do coração de agora que ressoam no futuro.
Mas não nos sintamos mal em duvidar do amanhã. Duvidar do amanhã é só para aqueles que amam o hoje e respeitam o poder da evolução. Mas dói acreditar nesse santo, nessa promessa que de tão linda a queremos pra sempre, e às vezes a mantemos só para nos perdemos nesse mundo perfeito de estrelas e cascatas de musas intocáveis que queremos desintegrá-las em nossas vísceras pra que curem nossas úlceras causadas por elas mesmas. Ah, nessa úlcera lancinante permeia o gozo mais profundo do ser humano: o amanhã no hoje.
O amanhã no hoje.
O amanhã no hoje.
O amém do gozo.
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