Milhões de corações quebrados
Renasceram em mim
E a culpa é sua.
Não dá pra passar o pano
Em tantas lágrimas
É o Sal de Marés Mil
Miríades de dor em cada canto do Brasil
Eu não aguento mais
Há um cansaço em tudo que vejo
Em tudo que sinto
Porque não é meu fígado fudido
Não é meu coração partido
Tudo se partiu de novo
E de novo
E de novo
O Ovo da Clarice quebrou em meu peito
Estou provando da Omelete que a Clarice amassou
A Poesia está deste lado
O Poeta está destilado em sangue nas mãos
Sou do Panteão do Desgraçados do Amor
Não sou parnasiano pra escrever palavras em torpor
Mas quero os louros da Grandeza do Abismo
Quero o Rosa do sangue da Rosa
Já que tudo é Morte
Quero o gozo maravilhoso desse Norte
Que norteia a Vida rumo ao Nada
Esse Nada em piscadelas nos recônditos
Quero a violência do beijo
A violência da topada
A sede da Virgem
A Paixão de Cristo no meio das pernas
Minha língua pervertendo o platônico
O momento eterno pervertendo o anacrônico
Nossa pele num gozo supersônico
Materialize-se, minha Deusa sem Tempo!
Quero acariciar-te como acaricio essa Ideia de Amor
Me sentir amado
Armado de Amor
Te fazer cosquinhas com suas penas
Ah, que pena, que nada
Nada mais vale a pena
O Nada do Amor vale tudo
Quando você sorri, minha Deusa!
A tristeza da imaterialização me magoou agora...
Você já esteve aqui
E preferi rezar pro meu altar imaterial
A desfazer sua santidade
Não, o medo foi meu de te materializar
E perecer
O que é matéria perece
Mas é melhor perecer do que auto-flagelar-se nos Sonhos mortos das preces
A prece
É o perecer
Do NADA...
Nenhum comentário:
Postar um comentário