A criança no comercial
De uma empresa pós-neo liberal
Que escraviza crianças como ela:
Talvez seja como acender uma vela
Que os empresários-crionças acendem
Pros telespectadores acreditarem
Que tudo aquilo que aqueles vendem
Tem a pureza das crianças que nascem
Sem ser na FEBEM
Sem ser ao além
A leis de ninguém
Só do carpe diem
Quando apaga-se a luz e fica tudo um breu
Breu de não saber às vezes quem sou eu
Ergueu-se um muro de torpor escuro
Simples: sem presente, passado ou futuro
Mas de repente as pupilas se abrem
Sombra e luz se revelam em alguns segundos
Vem a pureza das crianças que nascem
Como esperança vindo ao mundo e pro mundo.
Valéria Dusaki
terça-feira, 11 de dezembro de 2012
"Mais uma jarra de vinho"
Hoje é a noite mais fria do meu mundo
Hoje é o poço mais fundo do meu fundo
E do fundo do meu coração
Não me sinto mal.
Hoje o meu sangue se transforma em vinho
Hoje me sinto assim tão pequenininho
Como uma pessoa simples e sozinha
Não me sinto mal.
Meu bem, não se preocupe
É só um surto, me desculpe
Mas é que eu quero andar
Como alguém que não se desculpa
A lua me acompanha
Cada um tem suas manhas
É só poema de botequim
Mas eu me sinto exatamente assim.
Eu te amo, amor, eu te amo
E me preocupo
Eu te amo, amor, te amo
Não é só um surto
Hoje vai ser engraçado
Facas, explosões e gritos
Estou brincando, meu amor
Eu juro, juro que consigo
Ir pra casa.
Valéria Dusaki
Hoje é o poço mais fundo do meu fundo
E do fundo do meu coração
Não me sinto mal.
Hoje o meu sangue se transforma em vinho
Hoje me sinto assim tão pequenininho
Como uma pessoa simples e sozinha
Não me sinto mal.
Meu bem, não se preocupe
É só um surto, me desculpe
Mas é que eu quero andar
Como alguém que não se desculpa
A lua me acompanha
Cada um tem suas manhas
É só poema de botequim
Mas eu me sinto exatamente assim.
Eu te amo, amor, eu te amo
E me preocupo
Eu te amo, amor, te amo
Não é só um surto
Hoje vai ser engraçado
Facas, explosões e gritos
Estou brincando, meu amor
Eu juro, juro que consigo
Ir pra casa.
Valéria Dusaki
Anarkos
Ela estende a mão ao padre
Ele diz pra olhar pra deus
Ela estende a mão a Deus,
VAZIO;
Ela estende a mão ao traficante
Ele a corta. Sobra a esquerda...
E ela estende a mão ao punk
Ele cospe nela;
Ela estende a mão a um comunista
Ele fala, fala, fala e vai embora.
Ela estende a mão a um capitalista
Ele põe uma nota de cem!!! Mas é falsa...
Ela estende a mão ao George W. Bush
Ele a bombardeia, mas vaso ruim não quebra...
Ela estende a mão a um político qualquer,
Ele fala, fala, fala e vai embora com sua touca.
Ela estende a mão a si mesma:
Chora, trabalha, se casa, tem filhos e
Morre com 97 anos, 3 meses, 1 dia, 4 horas,
3 minutos e 00 segundos
Afinal, com 14 anos ainda havia muita
Vida pela frente!
Valéria Dusaki
Ele diz pra olhar pra deus
Ela estende a mão a Deus,
VAZIO;
Ela estende a mão ao traficante
Ele a corta. Sobra a esquerda...
E ela estende a mão ao punk
Ele cospe nela;
Ela estende a mão a um comunista
Ele fala, fala, fala e vai embora.
Ela estende a mão a um capitalista
Ele põe uma nota de cem!!! Mas é falsa...
Ela estende a mão ao George W. Bush
Ele a bombardeia, mas vaso ruim não quebra...
Ela estende a mão a um político qualquer,
Ele fala, fala, fala e vai embora com sua touca.
Ela estende a mão a si mesma:
Chora, trabalha, se casa, tem filhos e
Morre com 97 anos, 3 meses, 1 dia, 4 horas,
3 minutos e 00 segundos
Afinal, com 14 anos ainda havia muita
Vida pela frente!
Valéria Dusaki
sexta-feira, 7 de dezembro de 2012
Ainda presente
Queria saber quando essa vergonha
E essa vontade de revanche vai passar
No cérebro as lembranças medonhas
Insistem em não quererem cessam
No meio de um verso de amor
A tinta se transforma em sangue
Caneta é faca e o escritor
É a vítima fácil, exangue
Como num suicídio.
A revanche tinha que ser contra o relógio
Mas sendo o tempo abstrato, e nós
A sua personificação, me elejo o lógico
Alvo da minha vingança tão atroz
Talvez seja o meu superego culpado
Mas como um animal não deveria ter deixado
Pois o ID de um animal prefere a sobrevivência
Ao prazer, mas o ser humano comete antinaturais
Demências
Como um suicídio.
Valéria Dusaki
E essa vontade de revanche vai passar
No cérebro as lembranças medonhas
Insistem em não quererem cessam
No meio de um verso de amor
A tinta se transforma em sangue
Caneta é faca e o escritor
É a vítima fácil, exangue
Como num suicídio.
A revanche tinha que ser contra o relógio
Mas sendo o tempo abstrato, e nós
A sua personificação, me elejo o lógico
Alvo da minha vingança tão atroz
Talvez seja o meu superego culpado
Mas como um animal não deveria ter deixado
Pois o ID de um animal prefere a sobrevivência
Ao prazer, mas o ser humano comete antinaturais
Demências
Como um suicídio.
Valéria Dusaki
Filósofos dos versos
Sentidos que migram de um pólo ao outro
Do mar. Sons nefastos de uma brisa etérea
E as confusões continuam...
Essas antíteses quase cansam
Mas continuo a cometê-las por força
Do sentido da vida que elas expressam.
"Roubos e mortes
Fracos sustentam fortes
E mesmo assim são considerados fracos".
Ah, quase o tom levemente rosa do crepúsculo
Virou rubro. As ninfas do sono me afagam
Em meio ao bosque predominantemente
Multicolor e eternamente ensolarado
Pedras refletem o irreflectível. E tudo isso
São sensações discretas e avassaladoras
"Prostituição infantil
Sanguessugas humanos
Esperança apenas para masoquistas hipócritas".
Quem deveria vencer:
Filósofos ou poetas,
Caminhos ou as metas?
Subvertamos a lógica dessa poesia
Troquemos a noite pelo dia
Real misturado pela fantasia.
Valéria Dusaki
Do mar. Sons nefastos de uma brisa etérea
E as confusões continuam...
Essas antíteses quase cansam
Mas continuo a cometê-las por força
Do sentido da vida que elas expressam.
"Roubos e mortes
Fracos sustentam fortes
E mesmo assim são considerados fracos".
Ah, quase o tom levemente rosa do crepúsculo
Virou rubro. As ninfas do sono me afagam
Em meio ao bosque predominantemente
Multicolor e eternamente ensolarado
Pedras refletem o irreflectível. E tudo isso
São sensações discretas e avassaladoras
"Prostituição infantil
Sanguessugas humanos
Esperança apenas para masoquistas hipócritas".
Quem deveria vencer:
Filósofos ou poetas,
Caminhos ou as metas?
Subvertamos a lógica dessa poesia
Troquemos a noite pelo dia
Real misturado pela fantasia.
Valéria Dusaki
Com pé sem cabeça
Quero chegar perto do sol
Mas se ele me destruir?
Quero permanecer em formol
Mas quero ter pra onde ir
Meus pés flutuam em cima da minha cabeça
Porém ela dói pelos seus descaminhos
E talvez sempre andem em desalinho
E meus pés se machuquem antes que eu veja
Como alguém que no final da vida
Pensa em mudar de vida
E só pode mudá-la pra morte
Não será melhor ter a ferida
Pela escolha assumida
Do que apenas contar com a sorte?
Pessoas vivem sem beijos
Como pescadores no mar
Famintos só por receio
De ir à luta e o barco virar
Nossas procuras nunca levam à perfeição
Mas eu prefiro a diversão de procurar
Noites vêm e os corpos se aglomeram no chão
E o mais surrado é o que atrai mais o olhar.
Valéria Dusaki
Mas se ele me destruir?
Quero permanecer em formol
Mas quero ter pra onde ir
Meus pés flutuam em cima da minha cabeça
Porém ela dói pelos seus descaminhos
E talvez sempre andem em desalinho
E meus pés se machuquem antes que eu veja
Como alguém que no final da vida
Pensa em mudar de vida
E só pode mudá-la pra morte
Não será melhor ter a ferida
Pela escolha assumida
Do que apenas contar com a sorte?
Pessoas vivem sem beijos
Como pescadores no mar
Famintos só por receio
De ir à luta e o barco virar
Nossas procuras nunca levam à perfeição
Mas eu prefiro a diversão de procurar
Noites vêm e os corpos se aglomeram no chão
E o mais surrado é o que atrai mais o olhar.
Valéria Dusaki
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