terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Pureza (de comercial)

A criança no comercial
De uma empresa pós-neo liberal
Que escraviza crianças como ela:
Talvez seja como acender uma vela

Que os empresários-crionças acendem
Pros telespectadores acreditarem
Que tudo aquilo que aqueles vendem
Tem a pureza das crianças que nascem

Sem ser na FEBEM
Sem ser ao além
A leis de ninguém
Só do carpe diem

Quando apaga-se a luz e fica tudo um breu
Breu de não saber às vezes quem sou eu
Ergueu-se um muro de torpor escuro
Simples: sem presente, passado ou futuro

Mas de repente as pupilas se abrem
Sombra e luz se revelam em alguns segundos
Vem a pureza das crianças que nascem
Como esperança vindo ao mundo e pro mundo.


Valéria Dusaki

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