Queimei as flores do jardim
Pus meus filhos lá
Injetei drogas em mim
Quis que o sangue evaporasse
Fiz minha pele de réptil
Fiz meus pensamentos fétidos
O ódio não foi embora
Matei minha mãe e meu pai
Tentei cortar a raiz
Mas essência não se desfaz
Machuquei mais o nariz
Me tranquei num quarto escuro
Fui sincero, pensei fundo
O ódio não foi embora
Rezei em coma letárgico
Rezei com olhos alcoólicos
Profanei todos os mártires
Profanei Jesus e Sartre:
O ódio não foi embora.
Valéria Dusaki
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