segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

As Flores do jardim

Queimei as flores do jardim
Pus meus filhos lá
Injetei drogas em mim
Quis que o sangue evaporasse
Fiz minha pele de réptil
Fiz meus pensamentos fétidos
O ódio não foi embora

Matei minha mãe e meu pai
Tentei cortar a raiz
Mas essência não se desfaz
Machuquei mais o nariz
Me tranquei num quarto escuro
Fui sincero, pensei fundo
O ódio não foi embora

Rezei em coma letárgico
Rezei com olhos alcoólicos
Profanei todos os mártires
Profanei Jesus e Sartre:
O ódio não foi embora.


Valéria Dusaki



Nenhum comentário:

Postar um comentário