Estou roubando sua alegria
Como quem picota lindas poesias
Em nome de um segredo
Que deveria estar aos quatro ventos
Sem estar em frangalhos.
Eu te expulso para que fiques
Eu te grito pra que me escutes
E tudo se resolveria com o abraço
Que não ousaste receber...
Estou perdido como os que rezam
E observam além da cruz
Porém perdido como os que pedem
Perdão pelo pulular do pus
O perdão não vem do flagelo
Se ele é auto e consciente
Se a loucura é clara pro demente
A redenção e a via-crúcis perdem o elo
Seu segredo não está bem guardado aqui
Senha fácil e a vontade de fugir
Grito, expulso, e o segredo do abraço?
Os mil nós ocultaram o nosso laço.
segunda-feira, 31 de março de 2014
Medo do Caralho
Tem um caralho na minha boca
Me impedindo de falar
É o meu próprio.
É um aperto da porra me fazendo vomitar
Nada amendoado ou perolado
É a menstruação sêca na boca
Mas só sangue sem corrimento
Planeta Terror sem gostosa de perna-de-pau
Me perdoem os puristas mas isso é poesia
Me perdoem os turistas mas a copa é uma merda
Tão grande quanto a véia que caiu de uma maca de hospital público
Dois olhos roxos e o respeito murcho.
Murcho feito suas muxibas.
É um caralho-medo...
É um medo do caralho.
Me impedindo de falar
É o meu próprio.
É um aperto da porra me fazendo vomitar
Nada amendoado ou perolado
É a menstruação sêca na boca
Mas só sangue sem corrimento
Planeta Terror sem gostosa de perna-de-pau
Me perdoem os puristas mas isso é poesia
Me perdoem os turistas mas a copa é uma merda
Tão grande quanto a véia que caiu de uma maca de hospital público
Dois olhos roxos e o respeito murcho.
Murcho feito suas muxibas.
É um caralho-medo...
É um medo do caralho.
"Dia Chuvoso"
Rostos estranhos
Vidas mortas
Portas abertas
Porém fechadas mesmas portas
Blusas de couro de cobra
E guarda-chuvas de sobra
Frio na pele e no olhar
Nas pernas e no caminhar
Olhares olhando o nada
Dentro do tudo das lembranças
Dos pés à cabeça encharcada
De chuva e dança de crianças
Favela alagada
Favela de sonhos
No meio do escombro
Uma rosa intacta
Esquinas erradas e a certa
É sempre na próxima esquina
De mini-saia a menina
O frio esquenta suas pernas?
Horizonte de prédios enevoados
Névoa de horizontes prediais
Sensações de frios infantis
Que sempre voltam nunca mais
Arrepio de uma brisa gélida, cortante
De um dia de sol.
Valéria Dusaki
Vidas mortas
Portas abertas
Porém fechadas mesmas portas
Blusas de couro de cobra
E guarda-chuvas de sobra
Frio na pele e no olhar
Nas pernas e no caminhar
Olhares olhando o nada
Dentro do tudo das lembranças
Dos pés à cabeça encharcada
De chuva e dança de crianças
Favela alagada
Favela de sonhos
No meio do escombro
Uma rosa intacta
Esquinas erradas e a certa
É sempre na próxima esquina
De mini-saia a menina
O frio esquenta suas pernas?
Horizonte de prédios enevoados
Névoa de horizontes prediais
Sensações de frios infantis
Que sempre voltam nunca mais
Arrepio de uma brisa gélida, cortante
De um dia de sol.
Valéria Dusaki
quarta-feira, 26 de março de 2014
Refluxo
Fluidos sexuais penetrando
Ruídos primitivos só zunindo
Motores estão esfriando
As abelhas da colmeia estão saindo
As personalidades se despersonificando
Os personalistas se despersonalizando
E ficando iguais como os dias ficaram
Depois que as explosões do sol esfriaram
Refluxo da Vida
Refluxo da Morte
As ondas do mar para dentro
O corpo que quer um veneno
O feto que quer nascer feto
O Burro que sonha em ser coruja
O padre agora quer ser filho da puta
Os demônios querem voltar para o céu
Os hippies cismaram com a armada luta
E os punks querem evitar o escarcéu
Refluxo da Vida
Refluxo da Morte.
Valéria Dusaki
Ruídos primitivos só zunindo
Motores estão esfriando
As abelhas da colmeia estão saindo
As personalidades se despersonificando
Os personalistas se despersonalizando
E ficando iguais como os dias ficaram
Depois que as explosões do sol esfriaram
Refluxo da Vida
Refluxo da Morte
As ondas do mar para dentro
O corpo que quer um veneno
O feto que quer nascer feto
O Burro que sonha em ser coruja
O padre agora quer ser filho da puta
Os demônios querem voltar para o céu
Os hippies cismaram com a armada luta
E os punks querem evitar o escarcéu
Refluxo da Vida
Refluxo da Morte.
Valéria Dusaki
segunda-feira, 24 de março de 2014
Labareda
Eu quero que a labareda me consuma
Venha, me devaste e suma
Pois enquanto há vida há a centelha
Pura, nanométrica e vasta, pentelha
Pentelhando a pélvis da alma
Pentelhando a inércia da calma
Desconstruindo e reconstruindo as faunas
Dos milhões de bichos a se soltar
Não sou eu que solto, eles se revoltam
Não é minha culpa a tétrica revolta
É a vida se masturbando pra negar sua essência de dor
É a guerra das essências
O riso eterno escondido na maledicência
Vamos, não se deixe enganar
Pela falta de potência
Logo você tão potente em falhar
Usando todos os músculos a bradar seus erros aos quatro ventos
Se cortando pra sentir a força nos remendos
Logo você, tão útil quando se fala em inutilidade
Inverta os vértices
Contamine os clérigos
Em favor da santidade...
Que o futuro se instale em mim
Como o presente que devasta e some!
Venha, me devaste e suma
Pois enquanto há vida há a centelha
Pura, nanométrica e vasta, pentelha
Pentelhando a pélvis da alma
Pentelhando a inércia da calma
Desconstruindo e reconstruindo as faunas
Dos milhões de bichos a se soltar
Não sou eu que solto, eles se revoltam
Não é minha culpa a tétrica revolta
É a vida se masturbando pra negar sua essência de dor
É a guerra das essências
O riso eterno escondido na maledicência
Vamos, não se deixe enganar
Pela falta de potência
Logo você tão potente em falhar
Usando todos os músculos a bradar seus erros aos quatro ventos
Se cortando pra sentir a força nos remendos
Logo você, tão útil quando se fala em inutilidade
Inverta os vértices
Contamine os clérigos
Em favor da santidade...
Que o futuro se instale em mim
Como o presente que devasta e some!
Cabrobró
Seu filho da Prússia
Vai pra puta que Brasil
Vou ter um ataque austríaco
Meu cazaquistão não agüenta mais
Só Canadá, vou pra república
Domínio-a-cana
Rezar pra São Paulo, São Luís
Santa Catarina e encontrar
La Paz. Preciso de La Paz, meu La Paz!
Negócio da China o Caracas,
Rússia que Paris!
Fico unido, mas no estado que estou
Só com Ilha Grande e Chechênia,
Não agüento mais tomar no Kosovo...
É tão Londres onde quero chegar
Quem sabe eu chegue no fim (lândia)
Antes de ficar Tan-Tan (zânia)
A lis é boa mas só fico na Berlim (da)
Com meu Cabo Verde esperando pelas Amazonas
Na Ilha Bela. E já nem penso mais
Em Ti, Bete. Depois daquele de Írã,
Você com seu sorriso de Iraque,
Falei pra mim mesmo: "Vai,
Pra Rua-anda, não vá fricá".
E não sei onde estou, acho que vou
Pra Cabrobró.
Valéria Dusaki
Vai pra puta que Brasil
Vou ter um ataque austríaco
Meu cazaquistão não agüenta mais
Só Canadá, vou pra república
Domínio-a-cana
Rezar pra São Paulo, São Luís
Santa Catarina e encontrar
La Paz. Preciso de La Paz, meu La Paz!
Negócio da China o Caracas,
Rússia que Paris!
Fico unido, mas no estado que estou
Só com Ilha Grande e Chechênia,
Não agüento mais tomar no Kosovo...
É tão Londres onde quero chegar
Quem sabe eu chegue no fim (lândia)
Antes de ficar Tan-Tan (zânia)
A lis é boa mas só fico na Berlim (da)
Com meu Cabo Verde esperando pelas Amazonas
Na Ilha Bela. E já nem penso mais
Em Ti, Bete. Depois daquele de Írã,
Você com seu sorriso de Iraque,
Falei pra mim mesmo: "Vai,
Pra Rua-anda, não vá fricá".
E não sei onde estou, acho que vou
Pra Cabrobró.
Valéria Dusaki
Os pássaros, a janela e o cantinho escuro.
Tenho tentado seguir a reta
Da retidão
Ou ao menos forjá-la
Nessa imensidão
De futuros tão imprevisíveis
Quanto estáticos
Tal como saber da morte
Mas não sua tática
Tenho te olhado dentro de mim
No seu cantinho
Me importei em ornamentá-lo
Quadros lindos
Agora amarelados
Pois seus olhos os mantinham quentes
Quadros lindos, lindos quadros
Para sempre amarelados
Sou dois pássaros suicidas
Se jogando da janela
Um, a voar a vida obriga
O medo e a inevitável esperança dos alados
Coçam suas asas
O outro com os céus briga
Da coceira se cansa
Na liberdade da queda se enlaça.
Da retidão
Ou ao menos forjá-la
Nessa imensidão
De futuros tão imprevisíveis
Quanto estáticos
Tal como saber da morte
Mas não sua tática
Tenho te olhado dentro de mim
No seu cantinho
Me importei em ornamentá-lo
Quadros lindos
Agora amarelados
Pois seus olhos os mantinham quentes
Quadros lindos, lindos quadros
Para sempre amarelados
Sou dois pássaros suicidas
Se jogando da janela
Um, a voar a vida obriga
O medo e a inevitável esperança dos alados
Coçam suas asas
O outro com os céus briga
Da coceira se cansa
Na liberdade da queda se enlaça.
sábado, 22 de março de 2014
Ornamentos
Nesses dias frios me assaltam nuvens de passado
E se eu tento correr
Elas me perseguem como se estivessem do meu lado
Me ajudando a vencer
Esse frio imenso e em lembranças fico embalsamado
Quente-frio-deprê
Flores do passado ornamentam murchas covas rasas
Decadentes corpos ainda adubam sonhos bem distantes
Sonhos do passado, sombras, almas preenchem minha casa
Como as pessoas que de longe parecem gigantes
Estão indo embora
Imagens de mortos
Palavras de lápis
Quadros de grafite
Como brasa n'alma
Quem sabe um dia
Com a crença vire
Brasa-alegria.
Valéria Dusaki
E se eu tento correr
Elas me perseguem como se estivessem do meu lado
Me ajudando a vencer
Esse frio imenso e em lembranças fico embalsamado
Quente-frio-deprê
Flores do passado ornamentam murchas covas rasas
Decadentes corpos ainda adubam sonhos bem distantes
Sonhos do passado, sombras, almas preenchem minha casa
Como as pessoas que de longe parecem gigantes
Estão indo embora
Imagens de mortos
Palavras de lápis
Quadros de grafite
Como brasa n'alma
Quem sabe um dia
Com a crença vire
Brasa-alegria.
Valéria Dusaki
quarta-feira, 19 de março de 2014
quinta-feira, 6 de março de 2014
Meu Amor
Boa noite, meu Amor
Tenha calma
Que na dor de existir floresce a grandeza da alma
És a vibração das batidas desse meu cansado coração
És a quentura vermelha do meu sangue
És a atenção que o vermelho desperta nos olhos famintos
Da paixão.
Eu sei que só você vai ficar
Eu sou o céu que cairá
E você, a eterna poeira estelar
A intenção máxima que cada beijo verdadeiro leva...
Descanse
Tire umas férias de mim
Eu sei que exijo demais tentando matar o que não tem fim
Como um livro que a cada leitura vira outro
Sempre maior.
Continue tentando sair
Resguardando-se em seu quarto
Como aquele que só entende o útero depois do parto
Alguém que aprende de cor.
Pois eu te amo, meu Amor.
Tenha calma
Que na dor de existir floresce a grandeza da alma
És a vibração das batidas desse meu cansado coração
És a quentura vermelha do meu sangue
És a atenção que o vermelho desperta nos olhos famintos
Da paixão.
Eu sei que só você vai ficar
Eu sou o céu que cairá
E você, a eterna poeira estelar
A intenção máxima que cada beijo verdadeiro leva...
Descanse
Tire umas férias de mim
Eu sei que exijo demais tentando matar o que não tem fim
Como um livro que a cada leitura vira outro
Sempre maior.
Continue tentando sair
Resguardando-se em seu quarto
Como aquele que só entende o útero depois do parto
Alguém que aprende de cor.
Pois eu te amo, meu Amor.
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