A liberdade nasce em mim perfurando
De dentro pra fora
Como água fervente que jorra
De um cubículo de carne chamado coração
Trabalharam a prisão em mim
Agora preciso trabalhar o túnel pro outro lado desse oceano
Ócio-anos
Ocre anos
Meio sépios...
Me sinto meio sépio
Olhos-sépia
Interiorizada a cor da saudade...
Não quero mais falar disso
Mais uma vez o precipício
Invento linguagens novas pra mesma língua
Pra de repente reprogramá-la
Mas tudo de repente repete a míngua
Do pulsar cardíaco diluído na fala
A fala é incompleta
Quando repentina
Ou é no susto que estatela
A porcelana que flutua
Junto com o Elefante na tela
Chamada sala?
A liberdade brota em mim como a flor de um vaso flutuante na sala
Que ao cair perfura o olhar como o aparecimento de uma alma
Que prende e libera ao mesmo tempo
O mesmo coração.
terça-feira, 30 de dezembro de 2014
quarta-feira, 17 de dezembro de 2014
Sonhos cíclicos
O sonho acabou
Não passou de um sonho
O sol reluziu na dor
Da luz do dia enfadonho
Já nem lembro o que sonhei
Me entreguei prum mundo hostil
Acreditei em poetas gays
Num país como o Brasil
Mas a decadência não é exclusiva
Das pátrias, meus olhos jorram o nada
Que sangre minha esperança exangue
Na ponta dessa navalha
Picharam meu amanhã
Com tinta de quadros nobres
Como a dor de Van Gogh vale
Milhões com ele no túmulo
Então se mate com a moldura
Do que podia entender nos olhos
De repente tem anjos que só deixam sua cura
Num planar de asas multicolores...
O sonho acabou...
Quem sabe comece outro
E sonâmbulo sem rumo
Eu vá de encontro a esse ouro.
Não passou de um sonho
O sol reluziu na dor
Da luz do dia enfadonho
Já nem lembro o que sonhei
Me entreguei prum mundo hostil
Acreditei em poetas gays
Num país como o Brasil
Mas a decadência não é exclusiva
Das pátrias, meus olhos jorram o nada
Que sangre minha esperança exangue
Na ponta dessa navalha
Picharam meu amanhã
Com tinta de quadros nobres
Como a dor de Van Gogh vale
Milhões com ele no túmulo
Então se mate com a moldura
Do que podia entender nos olhos
De repente tem anjos que só deixam sua cura
Num planar de asas multicolores...
O sonho acabou...
Quem sabe comece outro
E sonâmbulo sem rumo
Eu vá de encontro a esse ouro.
À vista no olhar
As costas pesam porque não nos concentramos nos braços
Damos tiros porque é de longe
E ficamos muito perto nos abraços
O sol arde porque o confrontamos na hora errada
A encruzilhada pode ser uma confusão
Porém mais opções de estradas
Da insônia brotam poesias
Do cansaço brota o orgulho
Sofremos antes com o frio
Mas nos acostumamos com ele no mergulho
Na ardência da pimenta, o gosto
Na boca, em outros lugares nem tanto
Um lençol no meio da rua, sujo e tosco
O único abrigo de quentura, sagrado manto
A sombra que assusta um milissegundo antes
De percebermos que é a silhueta do Amor
Na contrapartida o gozo hipnotizante
Logo antes da mais lancinante Dor
Um ponto de vista, um ponto pra vista
Mil pontos de vista, mil pontos pra alma
A vista da essência nos mil trajes que se vista
Nos pontos da agulha que não dói mas traz calma
E traz pra cá a alma:
Pontos de agulha no crochê da alma.
Damos tiros porque é de longe
E ficamos muito perto nos abraços
O sol arde porque o confrontamos na hora errada
A encruzilhada pode ser uma confusão
Porém mais opções de estradas
Da insônia brotam poesias
Do cansaço brota o orgulho
Sofremos antes com o frio
Mas nos acostumamos com ele no mergulho
Na ardência da pimenta, o gosto
Na boca, em outros lugares nem tanto
Um lençol no meio da rua, sujo e tosco
O único abrigo de quentura, sagrado manto
A sombra que assusta um milissegundo antes
De percebermos que é a silhueta do Amor
Na contrapartida o gozo hipnotizante
Logo antes da mais lancinante Dor
Um ponto de vista, um ponto pra vista
Mil pontos de vista, mil pontos pra alma
A vista da essência nos mil trajes que se vista
Nos pontos da agulha que não dói mas traz calma
E traz pra cá a alma:
Pontos de agulha no crochê da alma.
quinta-feira, 11 de dezembro de 2014
Ecos do Coração-Clarice
O êxtase
A machadada final que faz uno
Lenhador
Lenha
Machado
No nanosegundo do impacto
É o não que força o fim
Fincando o fim na fala
Mas ressoando o talvez
E o talvez é o Tudo que se teme
O Tudo que teme ser tema
O Tudo que teme ser maiúsculo
Por não se compreender...
É muita responsabilidade pro Tudo
Ser maiúsculo
Másculo na grafia
Minúsculo na Poesia
Que o perverte e o sodomiza
Pra torná-lo completo...
O êxtase
A batida final que faz uno
Corpo
Coração
Alma
No nanosegundo da Morte
O coxixo de Deus no estalar da última chama
O milímetro de Verdade
Que a vida toda reclama.
A machadada final que faz uno
Lenhador
Lenha
Machado
No nanosegundo do impacto
É o não que força o fim
Fincando o fim na fala
Mas ressoando o talvez
E o talvez é o Tudo que se teme
O Tudo que teme ser tema
O Tudo que teme ser maiúsculo
Por não se compreender...
É muita responsabilidade pro Tudo
Ser maiúsculo
Másculo na grafia
Minúsculo na Poesia
Que o perverte e o sodomiza
Pra torná-lo completo...
O êxtase
A batida final que faz uno
Corpo
Coração
Alma
No nanosegundo da Morte
O coxixo de Deus no estalar da última chama
O milímetro de Verdade
Que a vida toda reclama.
quinta-feira, 4 de dezembro de 2014
Lá dentro
Deite lá dentro
É pulsante, vermelho,
Quente.
Ainda não puro
Mas não assim tão obscuro
Quanto minha nostalgia triste sugere.
Mas com Amor
Um Amor confuso que ainda não decifrei
Por medo do término do ciclo
Que mil voltas já deu
Em vis voltas já veio
Espirais buraco-negro no meio
Que a cabeça deu a volta no eu
Dando os nós...
Lá dentro a eternidade pulsa
Vermelha, quente,
Nas lembranças tão lindas
Quanto a distância do tempo
Mas tenho me sentido esquizofrênico
Ninando a sombra
Com mãos de veludo
Percorrendo a montanha com os olhos
E o mato coçando os pés do absurdo
Como o nada
Que se surpreendeu com o tudo
Dentro de si.
É pulsante, vermelho,
Quente.
Ainda não puro
Mas não assim tão obscuro
Quanto minha nostalgia triste sugere.
Mas com Amor
Um Amor confuso que ainda não decifrei
Por medo do término do ciclo
Que mil voltas já deu
Em vis voltas já veio
Espirais buraco-negro no meio
Que a cabeça deu a volta no eu
Dando os nós...
Lá dentro a eternidade pulsa
Vermelha, quente,
Nas lembranças tão lindas
Quanto a distância do tempo
Mas tenho me sentido esquizofrênico
Ninando a sombra
Com mãos de veludo
Percorrendo a montanha com os olhos
E o mato coçando os pés do absurdo
Como o nada
Que se surpreendeu com o tudo
Dentro de si.
quarta-feira, 3 de dezembro de 2014
Homenagem ao lamento sertanejo
E a boiada revoou aos céus ao som de um celo
Levando minha alma junto
Numa ancestralidade de quentura, calma firme e solidão
E as lágrimas sutilmente se juntaram à poeira:
Palavras-poeira na beira da estrada do meu coração...
Que venham as palavras nesse coração sertanejo
De saudade, infinito azul e o aperto do coração
De quem não sabe do amanhã
E luta com a única arma:
O hoje
Na boiada
Do celo
No ar revour
Da arnica
Tudo brotando infinito
Num grande rito
Grito árido com brisa de chuva
No meu ser.
Levando minha alma junto
Numa ancestralidade de quentura, calma firme e solidão
E as lágrimas sutilmente se juntaram à poeira:
Palavras-poeira na beira da estrada do meu coração...
Que venham as palavras nesse coração sertanejo
De saudade, infinito azul e o aperto do coração
De quem não sabe do amanhã
E luta com a única arma:
O hoje
Na boiada
Do celo
No ar revour
Da arnica
Tudo brotando infinito
Num grande rito
Grito árido com brisa de chuva
No meu ser.
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