Penetro nesse antro que é sua mente
Praticamente um pára-raios de devassidão
Concluo, assim, que somos iguais. Então
Deleito-me num parque de diversões intermitentes
E vejo seus pais incutindo-lhe valores
Tais quais cientistas loucos e Frankstein
Lembranças de uma infância onde as únicas cores
São o vermelho-sangue e o alvo-ninguém
Seu primeiro amor lhe pareceu
A redenção que fuzilaria seus demônios
Mas ele apenas te usou e te esqueceu
Foste apenas um poço fétido de feromônios
As pessoas te olhavam no seu canto
Retraída, frágil, submissa ao tempo
Coração feito de carne e remendos
Os quais desalinhavam só olhando
Até que, faltando só uma gota de vida
Pra que a altura viesse ao chão,
Resolveste pegar as suas feridas
E fazer delas sua única redenção
E matou um a um seus inimigos
Com prazer mais que sexual
Por chegar ao espiritual:
Sensos reavivados e infinitos
Não mais aurora, só pôr-do-sol
Só gasto de vida, não mais formol
Sem tristeza, só melancolia
Recuperar o que há muito já não se via
Tens meu amor (sujo, mas amor)
Só um verme pra entender o outro
Não há no mundo quantidade de ouro
Que compre a compreensão de nossa dor.
Valéria Dusaki
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