Tudo era névoa, luzes frias,
Sonhos lindos como defesa da
Realidade triste, da tristeza real...
Luzes na névoa são luzes que confundem,
E eu, humano então confuso, ficava
Completamente tonto, sem direção.
A esperança sempre terminava em choro,
O amor sempre como um sonho distante
E os pensamentos tristes cantando em coro:
"Não fale, não sorria, não sonhe ou cante".
Olhava a cidade sonhando sonhos
Sem importância, sonhos em cifras...
Meus sonhos sem realização;
Os sonhos urbanos, vazios e decadentes...
Vidas vazias como vasos
De vidro industrializado em série...
Numa noite qualquer me torno
A depressão e ela me mata, vivos vazios
Iguais a mortos podres, apenas terra...
Numa noite qualquer...
Mas numa noite qualquer você
Apareceu e uma noite qualquer
Tornou-se a noite em que eu me senti
Vivo, completamente vivo...
E depois de mil anos na cova percebi
Que meu coração não tinha apodrecido
Talvez te esperando, sonhando e resistindo
Por ti...Nunca foi tão bom sentir
Meu coração bater.
Valéria Dusaki
Nenhum comentário:
Postar um comentário