Com o passar dos anos,
Me apeguei mais ao passar
Do que aos anos
Furacões nasceram nos cantos
E me esfolei ao tentar velar
O secretíssimo canto
E com o passar dos cantos
A túnica dos coristas compus
E ornei o palco como se orna o altar
Mas o altar é a extensão do santo
Sendo o puríssimo canto sua luz
E sob o Canto Eterno a túnica está a se desgastar
Tenho sido sombra desesperada pelo Sol
Num desespero tão fatalista que dá dó
O Dó central das túnicas dançantes
E o secretíssimo canto cada vez mais secreto
E a sala adornada com os quadros mais dejetos
Beleza de insipidez das mais intoleráveis
Eu quero te tostar no Sol das Cinco da Manhã
O nosso Sol de Órion que explode no afã
De nos tornarmos completos, nós os Astros Nanométricos
Sentir a Eternidade no estômago febril
Eu quero a verdade do primeiro de abril
Eu quero a poesia que se esconde quando Falo
Sangue singrando como barco perfeito que é
No ciclo revolto do Mar da Desistência e da Fé.
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