sexta-feira, 1 de novembro de 2013

(Difícil...)

Quando eu fico assim
Só fico andando de um lado pro ou-
Tro. De um lado pro outro
Lado pro outro. Enjaulado
Na própria raiva. Raiva, raiva.
Como um animal que mata
A própria mãe. A própria mãe
E bebe do próprio sangue
Será que no mangue os cérebros
De merda comem as próprias mães?
A chuva pode ser tão pura
E tão sanguinolenta. Puro sangue
Sangue, sangue, sangue, sangue
Afinal os contratos de aluguel
São assinados com o sangue
Dos pedreiros que fizeram a porra
Do edifício. É difícil
Difícil. Difícil. Difícil...


Valéria Dusaki

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