Queimei as flores do jardim
Pus meus filhos lá
Injetei drogas em mim
Quis que o sangue evaporasse
Fiz minha pele de réptil
Fiz meus pensamentos fétidos
O ódio não foi embora
Matei minha mãe e meu pai
Tentei cortar a raiz
Mas essência não se desfaz
Machuquei mais o nariz
Me tranquei num quarto escuro
Fui sincero, pensei fundo
O ódio não foi embora
Rezei em coma letárgico
Rezei com olhos alcoólicos
Profanei todos os mártires
Profanei Jesus e Sartre:
O ódio não foi embora.
Valéria Dusaki
segunda-feira, 23 de dezembro de 2013
terça-feira, 17 de dezembro de 2013
Disparate-disparado (dispara-te!)
Há quanto tempo te encontrei?
Duas vezes num sonho
Num era um fim de tarde
Noutro era o fim da vida...
A noite chegou, não é mesmo?
Sem saber e calculada a esmo,
Num tiro na multidão, ermo...
Esse anjos-metano-vultos estão ficando
Abusados, querendo parar o coração
Querendo subverter minha razão...
Nunca tenho razão mesmo
Ainda mais assim, com sono
Fico sonhando acordado
Vendo coisas.
Valéria Dusaki
Duas vezes num sonho
Num era um fim de tarde
Noutro era o fim da vida...
A noite chegou, não é mesmo?
Sem saber e calculada a esmo,
Num tiro na multidão, ermo...
Esse anjos-metano-vultos estão ficando
Abusados, querendo parar o coração
Querendo subverter minha razão...
Nunca tenho razão mesmo
Ainda mais assim, com sono
Fico sonhando acordado
Vendo coisas.
Valéria Dusaki
quinta-feira, 12 de dezembro de 2013
Diálogo
Você se pega, às vezes,
Com medo de conquistar e depois perder
Assim preferindo a inércia morta
Ao invés do perigo arfante de viver?
Você se sente, às vezes,
Um títere implorando por cordas
Uma puta implorando por foda
Um espelho implorando pra ser?
Você se vê, às vezes,
Em minúcias de planejamentos
Praticamente de si mesmo um jumento
Chibatando-se ao mesmo tempo a empacar?
Você se põe, às vezes,
Na preguiça disfarçada de impotência
Na doença disfarçada de doença
No morrer que se esconde no matar?
Você se pega, às vezes,
Com medo da felicidade boba
De um cachorro lambendo seu filhote
Se tornar o seu filhote mais querido?
De de repente (quem sabe)
O medo covarde e egoísta
Se tornar um lindo corisco, a faísca
Que faltava pra explodir o falso abrigo?
E você vê, às vezes,
A parede do seu quarto
Se tornar o seu retrato:
Milhões de planos sem amor?
Ou já se viu paralisado
Pelo orgulho ressentido
Da escolha não ter sido
O arco-íris que pensou?
Não se esqueça, mas relaxe
O sofrimento é de praxe
Pra quem se descobre humano
Tendo um céu maravilhoso
Tendo um céu em carne e osso
E sendo assim não tão santo
Dê-se o tempo que precisa
Só não abuse pois a vida
Cobra o desperdício da dor
E é uma sinergia linda
Quando a mais maldosa lida
Dá a recompensa do Amor.
Davi Kaus
Com medo de conquistar e depois perder
Assim preferindo a inércia morta
Ao invés do perigo arfante de viver?
Você se sente, às vezes,
Um títere implorando por cordas
Uma puta implorando por foda
Um espelho implorando pra ser?
Você se vê, às vezes,
Em minúcias de planejamentos
Praticamente de si mesmo um jumento
Chibatando-se ao mesmo tempo a empacar?
Você se põe, às vezes,
Na preguiça disfarçada de impotência
Na doença disfarçada de doença
No morrer que se esconde no matar?
Você se pega, às vezes,
Com medo da felicidade boba
De um cachorro lambendo seu filhote
Se tornar o seu filhote mais querido?
De de repente (quem sabe)
O medo covarde e egoísta
Se tornar um lindo corisco, a faísca
Que faltava pra explodir o falso abrigo?
E você vê, às vezes,
A parede do seu quarto
Se tornar o seu retrato:
Milhões de planos sem amor?
Ou já se viu paralisado
Pelo orgulho ressentido
Da escolha não ter sido
O arco-íris que pensou?
Não se esqueça, mas relaxe
O sofrimento é de praxe
Pra quem se descobre humano
Tendo um céu maravilhoso
Tendo um céu em carne e osso
E sendo assim não tão santo
Dê-se o tempo que precisa
Só não abuse pois a vida
Cobra o desperdício da dor
E é uma sinergia linda
Quando a mais maldosa lida
Dá a recompensa do Amor.
Davi Kaus
terça-feira, 10 de dezembro de 2013
Sinos e microfonias
Torrente de emoções sem sentido, LIXO
Corrente de Jesus e Maria, RITO
Como o sono de um sino vazio, LIXO
Aberrações bem à luz do dia, RITO
Ecos do fundo da caverna
Onde eu te espero, baby
Rastejando por entre a merda
Yeah, yeah, yeah, yeah, baby
Não acordei de um sono vadio, NOITE
Me deparei com meu rosto no espelho, DIA
Copo de vinho, vida por um fio, NOITE
Noite: BEIJOS; arame farpado: DIA
Quase que eu vejo o alívio
Com a sorte vi um convívio
Sem a morte, com a certeza
De vida com amor e beleza
Mas as britadeiras voltaram outra vez, NOITE
Pra atirar na cara de vocês, DIA
Até o osso eu odeio a sua luz, DIA
Fico com as microfonias contra a cruz, NOITE.
Valéria Dusaki
Corrente de Jesus e Maria, RITO
Como o sono de um sino vazio, LIXO
Aberrações bem à luz do dia, RITO
Ecos do fundo da caverna
Onde eu te espero, baby
Rastejando por entre a merda
Yeah, yeah, yeah, yeah, baby
Não acordei de um sono vadio, NOITE
Me deparei com meu rosto no espelho, DIA
Copo de vinho, vida por um fio, NOITE
Noite: BEIJOS; arame farpado: DIA
Quase que eu vejo o alívio
Com a sorte vi um convívio
Sem a morte, com a certeza
De vida com amor e beleza
Mas as britadeiras voltaram outra vez, NOITE
Pra atirar na cara de vocês, DIA
Até o osso eu odeio a sua luz, DIA
Fico com as microfonias contra a cruz, NOITE.
Valéria Dusaki
sexta-feira, 6 de dezembro de 2013
As noites de um Poeta (fajuto)
Atravesso a noite mais uma vez
Como uma faca no bucho do tempo...
Ponho Girassóis nos túmulos
Sonhos revelam a realidade
As ruas vazias cheias de espíritos,
Ecos distantes dos que passaram.
Cada segundo que passa é um passo à frente
Da morte. Da Morte (desculpe a
Irreverência, my sweet bloody Lady.)
Garganta sêca. Gole de cerveja
E me sinto um Poeta outra vez...
Eu vi todos na cidade morrerem, e com um
Sorriso no canto da boca e uma caneta
Pra registrar o motivo segui
Rumo à cidade que não sucumbirá:
Meu coração, capital da minha Alma.
Mas a lembrança dos que morreram cria
Um cemitério de zumbis atrás dos meus olhos
A maneira como a rainha enforcada sorria
Me faz arrepiar cada um de meus poros
E a maior comprovação de que o tempo passa
São as pessoas que ficam e as que ficam
No caminho, meu ninho já não é mais
O mesmo também. Como me achar?
O que resta é esperar pela única que acha
Todos e todas. Hello, my sweet bloody Lady...
Valéria Dusaki
Como uma faca no bucho do tempo...
Ponho Girassóis nos túmulos
Sonhos revelam a realidade
As ruas vazias cheias de espíritos,
Ecos distantes dos que passaram.
Cada segundo que passa é um passo à frente
Da morte. Da Morte (desculpe a
Irreverência, my sweet bloody Lady.)
Garganta sêca. Gole de cerveja
E me sinto um Poeta outra vez...
Eu vi todos na cidade morrerem, e com um
Sorriso no canto da boca e uma caneta
Pra registrar o motivo segui
Rumo à cidade que não sucumbirá:
Meu coração, capital da minha Alma.
Mas a lembrança dos que morreram cria
Um cemitério de zumbis atrás dos meus olhos
A maneira como a rainha enforcada sorria
Me faz arrepiar cada um de meus poros
E a maior comprovação de que o tempo passa
São as pessoas que ficam e as que ficam
No caminho, meu ninho já não é mais
O mesmo também. Como me achar?
O que resta é esperar pela única que acha
Todos e todas. Hello, my sweet bloody Lady...
Valéria Dusaki
quarta-feira, 4 de dezembro de 2013
Cascatas de estrelas
São lembranças que só eu me lembro
Esperanças que eu não recomendo
Duas partes e um só lamento
Personagens que só eu enceno
Só eu lembro daquelas mãos frias
Só eu lembro da chuva-cabelo
Afinal eu dei as poesias
Fui eu que me expus por inteiro
Só eu sei qual o primeiro dia
Só eu sei qual foi o derradeiro
Só eu sei que eu sei que é fevereiro
Só eu vi nas estrelas que via
Eu que sonho com a nostalgia
Lembro do que foi bom e ruim
Quero de novo aquela alegria
Reviver as emoções em mim
Talvez seja só um artifício
Pra fugir de um presente chinfrim
Achar que só foi bom no início
E agarrá-lo desse jeito assim
Mas eu sei que é bem mais do que isso
A infância sempre é melhor
Não temos noção do precipício
De lembranças sozinhas e só.
Valéria Dusaki
Esperanças que eu não recomendo
Duas partes e um só lamento
Personagens que só eu enceno
Só eu lembro daquelas mãos frias
Só eu lembro da chuva-cabelo
Afinal eu dei as poesias
Fui eu que me expus por inteiro
Só eu sei qual o primeiro dia
Só eu sei qual foi o derradeiro
Só eu sei que eu sei que é fevereiro
Só eu vi nas estrelas que via
Eu que sonho com a nostalgia
Lembro do que foi bom e ruim
Quero de novo aquela alegria
Reviver as emoções em mim
Talvez seja só um artifício
Pra fugir de um presente chinfrim
Achar que só foi bom no início
E agarrá-lo desse jeito assim
Mas eu sei que é bem mais do que isso
A infância sempre é melhor
Não temos noção do precipício
De lembranças sozinhas e só.
Valéria Dusaki
Lógica Epifania
Esse prestes me mata
Esse prestes não presta
É uma faca que me rasga
Mesmo estando cega
Minha pele virou grade
Meu olho-mágico quebrou
Não vejo de quem é o alarde
Do outro lado do amor
Tem algo nascendo
Quero reviver o feto
Que eu era
Tem algo crescendo
Enquanto olho o teto
Que encerra
Meus sonhos embolorados
Mas mesmo assim há vida ali
Sei que há um quê de sagrado
No demônio tentar fugir...
Difícil transição
Na avenida espasmódica
Não quero lógica
Quero epifania
Quero o coração
Na respiração asmática
Quero matemática
Na filosofia:
Quero o extremo que não há...
Davi Kaus
Esse prestes não presta
É uma faca que me rasga
Mesmo estando cega
Minha pele virou grade
Meu olho-mágico quebrou
Não vejo de quem é o alarde
Do outro lado do amor
Tem algo nascendo
Quero reviver o feto
Que eu era
Tem algo crescendo
Enquanto olho o teto
Que encerra
Meus sonhos embolorados
Mas mesmo assim há vida ali
Sei que há um quê de sagrado
No demônio tentar fugir...
Difícil transição
Na avenida espasmódica
Não quero lógica
Quero epifania
Quero o coração
Na respiração asmática
Quero matemática
Na filosofia:
Quero o extremo que não há...
Davi Kaus
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