Esse prestes me mata
Esse prestes não presta
É uma faca que me rasga
Mesmo estando cega
Minha pele virou grade
Meu olho-mágico quebrou
Não vejo de quem é o alarde
Do outro lado do amor
Tem algo nascendo
Quero reviver o feto
Que eu era
Tem algo crescendo
Enquanto olho o teto
Que encerra
Meus sonhos embolorados
Mas mesmo assim há vida ali
Sei que há um quê de sagrado
No demônio tentar fugir...
Difícil transição
Na avenida espasmódica
Não quero lógica
Quero epifania
Quero o coração
Na respiração asmática
Quero matemática
Na filosofia:
Quero o extremo que não há...
Davi Kaus
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