Repare no céu
Entre cinco e seis da manhã:
É um quase-gozo
O limiar do fim num ciclo tão óbvio quanto secreto
Ciclo escrito em letras garrafais
No fundo da garrafa desse ébrio
Sorvendo as lindas luzes em pingos tão eternais
Quanto estéreis
Transe do trânsito tão silencioso
Quanto a surdez de um surdo pós-Hiroshima
Lindo breu poetizado por pingentes rutilantemente fantásticos
Perfeitamente postos de lado
Desesperançosos sublimados
Redondamente desenganados
Sutilmente cravados
Na orelha de Deus...
Davi Kaus
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