Ainda perco o sono com amigos nas fotos
Ainda perco o sono com amigas múmias
Que já viraram
Terra
Desfigurada
Que o mar do passado já levou
Há muito tempo...
Terra longe daquela essência
Que eu, romântico,
Construí pra ti.
Morra em paz e longe.
quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
Realidade da minha geração (gene)
Bebendo até não lembrar mais
Que só salivou hipocrisia
Rezar até se esquecer
Do deus pra quem rezou um dia
Amando assim, tão porcamente
Odiando só dentro da mente
Retalhando a sua vontade
Costurando-a preguiçosamente
Talvez lutando por algo
Talvez lutando por nada
Talvez bebendo o elixir
Ou somente água envenenada
Tentando se fazer real
Tentando engrandecer sua dor
Mas sendo apenas um bosta
Na frente de um computador
Voltando a ter quinze anos
Mas pior: com o corpo cansado
Ah, que tempos! Tão puros anos...
São puros só porque são passado.
Nem era tão puro assim
O passado é um deus no altar
Até quando enfim percebermos
Que a velhice a foice trará...
Amanhã eu completo a prova
Que eu já perdi no ontem que é hoje
E quem sabe eu dê uma sova
Em mim
Quem sabe o sentido da frase
Amanhã pareça melhor
E eu passe da fase da dó
Tão chinfrim
Assim.
Que só salivou hipocrisia
Rezar até se esquecer
Do deus pra quem rezou um dia
Amando assim, tão porcamente
Odiando só dentro da mente
Retalhando a sua vontade
Costurando-a preguiçosamente
Talvez lutando por algo
Talvez lutando por nada
Talvez bebendo o elixir
Ou somente água envenenada
Tentando se fazer real
Tentando engrandecer sua dor
Mas sendo apenas um bosta
Na frente de um computador
Voltando a ter quinze anos
Mas pior: com o corpo cansado
Ah, que tempos! Tão puros anos...
São puros só porque são passado.
Nem era tão puro assim
O passado é um deus no altar
Até quando enfim percebermos
Que a velhice a foice trará...
Amanhã eu completo a prova
Que eu já perdi no ontem que é hoje
E quem sabe eu dê uma sova
Em mim
Quem sabe o sentido da frase
Amanhã pareça melhor
E eu passe da fase da dó
Tão chinfrim
Assim.
segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
Esqueletos
Essa cidade é muito grande pra se estar sozinho
É um pecado da vida ser abandonado no próprio ninho
Esse quadro poluído de amores e carinhos bagunçados
Talvez se separássemos todas essas imagens lado a lado...
E essa saudade que parece o esqueleto de um prédio abandonado
Onde moraria os filhos do nosso amor
Jardins suspensos, prolíficos, germinando mais e mais sonhos
Diferente desse quarto em reboco no qual me escondo
Quando esbarrei em você na turba torpe
Senti o teu calor me estremecer
Que vontade de te adentrar
Com as doses de afago e potência perfeitas
Ilimitadas
Indescritíveis...
Mas desaparecestes em meio às vozes surdas
Frêmitos de bandeiras invisíveis
De países sem soberania
Que vontade, como eu queria
Acho que sonhei que a cidade pararia
No momento desse dia
Que eu te achei mas te perdi
Em meio aos meus escombros dessas ruas...
Essa cidade é muito pequena para ser ninho
De quem cuja mãe é a liberdade
De quem por essência cultiva o carinho
E por vontade procura a verdade.
É um pecado da vida ser abandonado no próprio ninho
Esse quadro poluído de amores e carinhos bagunçados
Talvez se separássemos todas essas imagens lado a lado...
E essa saudade que parece o esqueleto de um prédio abandonado
Onde moraria os filhos do nosso amor
Jardins suspensos, prolíficos, germinando mais e mais sonhos
Diferente desse quarto em reboco no qual me escondo
Quando esbarrei em você na turba torpe
Senti o teu calor me estremecer
Que vontade de te adentrar
Com as doses de afago e potência perfeitas
Ilimitadas
Indescritíveis...
Mas desaparecestes em meio às vozes surdas
Frêmitos de bandeiras invisíveis
De países sem soberania
Que vontade, como eu queria
Acho que sonhei que a cidade pararia
No momento desse dia
Que eu te achei mas te perdi
Em meio aos meus escombros dessas ruas...
Essa cidade é muito pequena para ser ninho
De quem cuja mãe é a liberdade
De quem por essência cultiva o carinho
E por vontade procura a verdade.
sexta-feira, 25 de novembro de 2011
"Entre as (nossas) pernas"
O que você quer que eu faça?
Talvez não mais fundo, e sim profundo
Talvez menos sal, e sim mais gosto
Menos órgão e mais olhos
Profundos olhos
Me diz o que você quer que eu faça
Ou melhor, não diga
Quanto mais sucinta a dica
Melhor a comunicação
Isso prova a sintonia
A que leva pra onde
A gente quer chegar
Onde? Você sabe
Aquele esconderijo que só nós sabemos
Aquele que fica na esquina
Das pernas com a alma
No suspiro que emudece as galáxias
Que desaparecem
Entre você
E eu.
Talvez não mais fundo, e sim profundo
Talvez menos sal, e sim mais gosto
Menos órgão e mais olhos
Profundos olhos
Me diz o que você quer que eu faça
Ou melhor, não diga
Quanto mais sucinta a dica
Melhor a comunicação
Isso prova a sintonia
A que leva pra onde
A gente quer chegar
Onde? Você sabe
Aquele esconderijo que só nós sabemos
Aquele que fica na esquina
Das pernas com a alma
No suspiro que emudece as galáxias
Que desaparecem
Entre você
E eu.
Poema-poesia
Já me quebrei
Perdi um pedaço
Me machuquei
Nos estilhaços
Já me colei
Secou a cola
Que descolou
Porque passou
Passou as horas
Somente as horas
Cacei o sol
Tão morno e calmo
Chegando perto
Desintegrado
Pelo sol fui
Fui pelo sol
Por ele e eu
Fui pelo sol
Caçando o eu
Desintegrado
Pra me integrar
Entregue ao inferno
Pra merecer
Pra exercer
O direito ao céu
Sofri até sofrer por nada
Enlouqueci com minha calma
Grunhi rouco no nascimento
Tétrico, etéreo. Etéreo tenso
Chegou a hora
Do poema
Fazer-se livro
Em coro livre...
Perdi um pedaço
Me machuquei
Nos estilhaços
Já me colei
Secou a cola
Que descolou
Porque passou
Passou as horas
Somente as horas
Cacei o sol
Tão morno e calmo
Chegando perto
Desintegrado
Pelo sol fui
Fui pelo sol
Por ele e eu
Fui pelo sol
Caçando o eu
Desintegrado
Pra me integrar
Entregue ao inferno
Pra merecer
Pra exercer
O direito ao céu
Sofri até sofrer por nada
Enlouqueci com minha calma
Grunhi rouco no nascimento
Tétrico, etéreo. Etéreo tenso
Chegou a hora
Do poema
Fazer-se livro
Em coro livre...
sexta-feira, 18 de novembro de 2011
Oração de Sutura
É preciso ter raça
De cara ou na cachaça
É preciso ter força
Na cama ou na forca
Afastar os maus espíritos
Pra fortalecer os bons
É preciso ter coragem
Pra ouvir aquele som
Bem agudo
Os cães sabem
Como os santos
Quando rezam
Quando o dia é normal
Mas devia ser amor
Como aquele bacanal
Que devia ser prazer
Como os olhos tão cansados
Por um livro em folhas brancas
Que podíamos ter escrito
Com as melhores lembranças
Bem agudas
A verdade
É tão aguda
Que machuca
Como remédio
Pra cura
Como faca
Quente em brasa
Pra sutura.
De cara ou na cachaça
É preciso ter força
Na cama ou na forca
Afastar os maus espíritos
Pra fortalecer os bons
É preciso ter coragem
Pra ouvir aquele som
Bem agudo
Os cães sabem
Como os santos
Quando rezam
Quando o dia é normal
Mas devia ser amor
Como aquele bacanal
Que devia ser prazer
Como os olhos tão cansados
Por um livro em folhas brancas
Que podíamos ter escrito
Com as melhores lembranças
Bem agudas
A verdade
É tão aguda
Que machuca
Como remédio
Pra cura
Como faca
Quente em brasa
Pra sutura.
terça-feira, 15 de novembro de 2011
"Ciclo de morte e ressurreição da esperança"
Nas minhas mãos o bolso
O sol no céu, tão longe
Onde fui parar, onde
Me tornei invisível, tão insosso?
Sinto o osso, sinto
Mas o músculo não o movimenta
Sinto a desgraça rindo
A perfeição do amor me atormenta
Numa fração de segundo
O morto revira os olhos
Último furacão de vida
Pra morrer outra vez pro mundo
Pra evaporar dos poros
A alma tão cansada quanto linda.
O sol no céu, tão longe
Onde fui parar, onde
Me tornei invisível, tão insosso?
Sinto o osso, sinto
Mas o músculo não o movimenta
Sinto a desgraça rindo
A perfeição do amor me atormenta
Numa fração de segundo
O morto revira os olhos
Último furacão de vida
Pra morrer outra vez pro mundo
Pra evaporar dos poros
A alma tão cansada quanto linda.
quarta-feira, 9 de novembro de 2011
"Imageticamente"
Ela me confunde
Com seu olhar longe cogitando sonhos impossíveis
Em pinceladas tão românticas e certeiras
Suas pernas, consumindo-se em fogo ofegante porém calmo,
Me guiam da China à Coréia do Norte
Do Oiapoque ao Chuí
Passos pequenos durante a Eternidade.
E eu quero mais.
Mas sento inerme em seu divã,
De propósito abro meus braços simulando espanto
Pensando em enganá-la mas só me enganando
E ela se divertindo sabendo de tudo
Dando tiros no escuro seguindo os meus gemidos
Eu sei que sonho através daqueles olhos distantes
É uma deusa olhando a criatura
E que sem ela não existiria tal qual deusa...
Ela, ela...
Ela mente:
Ela, minha Mente.
E eu quero mais.
Com seu olhar longe cogitando sonhos impossíveis
Em pinceladas tão românticas e certeiras
Suas pernas, consumindo-se em fogo ofegante porém calmo,
Me guiam da China à Coréia do Norte
Do Oiapoque ao Chuí
Passos pequenos durante a Eternidade.
E eu quero mais.
Mas sento inerme em seu divã,
De propósito abro meus braços simulando espanto
Pensando em enganá-la mas só me enganando
E ela se divertindo sabendo de tudo
Dando tiros no escuro seguindo os meus gemidos
Eu sei que sonho através daqueles olhos distantes
É uma deusa olhando a criatura
E que sem ela não existiria tal qual deusa...
Ela, ela...
Ela mente:
Ela, minha Mente.
E eu quero mais.
segunda-feira, 31 de outubro de 2011
.
Que você se lembre dos afagos
Como lembranças boas, adegas de vinho subterrâneas
Num Reino no fundo da sua memória.
E que apenas o sentimento guie,
E eu aprenda que o sentimento guia
As fontes sempre viram história.
E as fotos que não tiramos, bem, já foram tiradas
Cada click na memória é um frio na barriga de amor e arrependimento
A vida inteira me parece uma estrada
E os rostos vão se acumulando no acostamento
Mas alguns pegam carona
E deixam risadas ecoando pra sempre...
Dissertar às vezes me parece sem sentido quando o coração se sente um escarcéu
Desertar parece mais sensato do que ficar dando tiros certeiros contra o céu
Mas há um impulso em mim que me força a tirar conclusões pra crescer
Mas muitas vezes as conclusões se esgotam num esquálido parecer
Totalmente inerte, infértil, nem sequer esteticamente agradável
Palavras torpes preguiçosamente monossilábicas
Tão diferentes da frase monossilábica criadora do céu e do inferno
Essa frase tão porca e insolente
Tão gozo, tão alma, tão demente
Quando dita de verdade é o fim do universo iminente
EU TE AMO
A frase mais egoísta e mais altruísta de todas as línguas...
Eu te amo, seja feliz,
Até nunca mais, vá pro céu com seu Amor
Enquanto fico no Inferno da certeza
Da Perda.
Como lembranças boas, adegas de vinho subterrâneas
Num Reino no fundo da sua memória.
E que apenas o sentimento guie,
E eu aprenda que o sentimento guia
As fontes sempre viram história.
E as fotos que não tiramos, bem, já foram tiradas
Cada click na memória é um frio na barriga de amor e arrependimento
A vida inteira me parece uma estrada
E os rostos vão se acumulando no acostamento
Mas alguns pegam carona
E deixam risadas ecoando pra sempre...
Dissertar às vezes me parece sem sentido quando o coração se sente um escarcéu
Desertar parece mais sensato do que ficar dando tiros certeiros contra o céu
Mas há um impulso em mim que me força a tirar conclusões pra crescer
Mas muitas vezes as conclusões se esgotam num esquálido parecer
Totalmente inerte, infértil, nem sequer esteticamente agradável
Palavras torpes preguiçosamente monossilábicas
Tão diferentes da frase monossilábica criadora do céu e do inferno
Essa frase tão porca e insolente
Tão gozo, tão alma, tão demente
Quando dita de verdade é o fim do universo iminente
EU TE AMO
A frase mais egoísta e mais altruísta de todas as línguas...
Eu te amo, seja feliz,
Até nunca mais, vá pro céu com seu Amor
Enquanto fico no Inferno da certeza
Da Perda.
terça-feira, 4 de outubro de 2011
O Amor (sonoimagempalavra)
Transforme imagens em palavras
Depois palavras em calos
Depois calos em sono
Depois sono em imagens
E repita isso
E nunca, mas nunca mesmo,
Nunca separe sonoimagempalavra
É como o cordão de ouro que te liga ao espelho correto.
Não sei mais o que é certo
Se você me parece tão certo
Dentro do seu falanãofaz
Você me contamina com seu ar puro
As palavras pululam de você, não como sementes
Mas como pus
Não é como poesia,
Como tijolos de beleza e sabedoria,
Tá mais pra Mein Kampf, tratado sobre o nada e suas atrocidades...
Transforme imagens em palavras
Depois palavras em calos
Depois calos em sono
Depois sono em imagens
E repita isso
E nunca, mas nunca mesmo,
Nunca separe sonoimagempalavra:
O Amor é uma constelação
Que nós mesmos desenhamos
Em forma de seta
Pra nossa alma.
Depois palavras em calos
Depois calos em sono
Depois sono em imagens
E repita isso
E nunca, mas nunca mesmo,
Nunca separe sonoimagempalavra
É como o cordão de ouro que te liga ao espelho correto.
Não sei mais o que é certo
Se você me parece tão certo
Dentro do seu falanãofaz
Você me contamina com seu ar puro
As palavras pululam de você, não como sementes
Mas como pus
Não é como poesia,
Como tijolos de beleza e sabedoria,
Tá mais pra Mein Kampf, tratado sobre o nada e suas atrocidades...
Transforme imagens em palavras
Depois palavras em calos
Depois calos em sono
Depois sono em imagens
E repita isso
E nunca, mas nunca mesmo,
Nunca separe sonoimagempalavra:
O Amor é uma constelação
Que nós mesmos desenhamos
Em forma de seta
Pra nossa alma.
terça-feira, 6 de setembro de 2011
Blues do pistão sul
...quando cheguei minhas palavras fediam
a desesperança
a minas de carvão com trabalhadores mortos
a minas cor-carvão do centro da cidade
multicolores
e a dança dos estupros pagos.
as noites são tão solitárias pois todos são vultos
pois assim querem
se tornar a noite já que o dia
não os deixou serem dia
e a noite é permissiva
a noite, quem diria,
é apenas uma extensão dos nossos desejos
(escolham bem seus desejos)...
eu, tão doido e bêbado,
quis fumar o teu cigarro,
quis beber da tua bebida,
quis usar da tua droga,
quis lamber o teu clitóris,
quis meter a minha pica,
quis alimentar seus olhos
e quis ser você pra não mais ser eu
ou te acoplar em mim pelas lembranças pra tentar me tornar
algo melhor: alguém.
mas meus olhos irritados pela fumaça
querem ser fumaça irritada
querem evaporar e não suscitar poesias na alma dos outros
parecem querer esconder o ouro atrás de si
mas esse ouro só reluz quando compartilhado
as lembranças não trazem ninguém pro lado
a cachaça que me faz amigo de todos
os vultos com os quais divido meu coração
que vira arrotos de palavras balbuciadas
que (quase) nunca me lembro...
ando mais uma vez sem rumo pra casa
as luzes fracas dos postes retratam meu coração
meu coração quer ser asfalto:
antes pisado
que abandonado.
a desesperança
a minas de carvão com trabalhadores mortos
a minas cor-carvão do centro da cidade
multicolores
e a dança dos estupros pagos.
as noites são tão solitárias pois todos são vultos
pois assim querem
se tornar a noite já que o dia
não os deixou serem dia
e a noite é permissiva
a noite, quem diria,
é apenas uma extensão dos nossos desejos
(escolham bem seus desejos)...
eu, tão doido e bêbado,
quis fumar o teu cigarro,
quis beber da tua bebida,
quis usar da tua droga,
quis lamber o teu clitóris,
quis meter a minha pica,
quis alimentar seus olhos
e quis ser você pra não mais ser eu
ou te acoplar em mim pelas lembranças pra tentar me tornar
algo melhor: alguém.
mas meus olhos irritados pela fumaça
querem ser fumaça irritada
querem evaporar e não suscitar poesias na alma dos outros
parecem querer esconder o ouro atrás de si
mas esse ouro só reluz quando compartilhado
as lembranças não trazem ninguém pro lado
a cachaça que me faz amigo de todos
os vultos com os quais divido meu coração
que vira arrotos de palavras balbuciadas
que (quase) nunca me lembro...
ando mais uma vez sem rumo pra casa
as luzes fracas dos postes retratam meu coração
meu coração quer ser asfalto:
antes pisado
que abandonado.
quinta-feira, 25 de agosto de 2011
Ardentia
Eu preciso de um fogo que me afaste desse gelo
Tão gelado que eu não sinto mas dói tanto esse meu peito
Que é um gelo e treme, treme e eu confundo que é batida
Como quando vem seu fogo tão tremido, quem diria
É um gelo-arrebol, anã branca antes sol
Mas que não perde seu brilho, gigantesco arrepio
Tão pesado quanto o tempo esse amor que é tão pequeno
Quanto um vírus, quanto a alma, quanto o estertor de um rio
Que era tudo, oceanos
Hoje esse tremendo frio
Eram bombas nucleares
Hoje esse tremendo frio
Era exército e crianças
Hoje esse tremendo frio
Não há tapas, não há dança:
Só esse tremendo frio.
Tão gelado que eu não sinto mas dói tanto esse meu peito
Que é um gelo e treme, treme e eu confundo que é batida
Como quando vem seu fogo tão tremido, quem diria
É um gelo-arrebol, anã branca antes sol
Mas que não perde seu brilho, gigantesco arrepio
Tão pesado quanto o tempo esse amor que é tão pequeno
Quanto um vírus, quanto a alma, quanto o estertor de um rio
Que era tudo, oceanos
Hoje esse tremendo frio
Eram bombas nucleares
Hoje esse tremendo frio
Era exército e crianças
Hoje esse tremendo frio
Não há tapas, não há dança:
Só esse tremendo frio.
terça-feira, 23 de agosto de 2011
Enterrar
Quando a minha mão pega na sua
Mão
E esse é o motivo pelo qual respira
A ação
Transpiração
Rigidez
De veludo
Devagar
Deumavez...
Eu sinto meus músculos mais músculos
Másculo
Invencível mas que permite
A mácula
Me abro pra você
Pode entrar
Enquanto eu entro
No meu lar
Você
E o mel só é mel quando degustado
Banhados em mel só se pele for língua
E começa na língua
E a sensação se materializa
Como a Mona Lisa
Pegando fogo
É quando eu quero enterrar em você
E me enterrar
Em você.
Mão
E esse é o motivo pelo qual respira
A ação
Transpiração
Rigidez
De veludo
Devagar
Deumavez...
Eu sinto meus músculos mais músculos
Másculo
Invencível mas que permite
A mácula
Me abro pra você
Pode entrar
Enquanto eu entro
No meu lar
Você
E o mel só é mel quando degustado
Banhados em mel só se pele for língua
E começa na língua
E a sensação se materializa
Como a Mona Lisa
Pegando fogo
É quando eu quero enterrar em você
E me enterrar
Em você.
quarta-feira, 17 de agosto de 2011
Picotes
Não sinto mais nada
Olhos são janelas
Pelas quais sangro pero no mucho
Um Van Gogh amarelado pelo tempo
Meu discurso são cacos de prelúdios murchos
Folhas picotadas marcadas com sangue coagulado
Da última briga que tive
Comigo mesmo.
Era uma poesia tão bonita
A dos picotes
As palavras saíram tão quentes
Súbitas tão pensadas
Flores ao vento arranjadas
Em guirlandas na porta da
Nossa casa
Que era num lugar
Qualquer
Qualquer lugar, sempre...
Um sol de estraçalhar o mundo
Mas feliz
A lua e seu luar fecundo
Um chafariz
De vinho e planos e peles
Secreções de alegria
(Lágrimas a brilhar
Lindas no Luar)
Sinto sua noite no meu dia
Sinto sua calma na minha agonia
E me perco
Na sua certeza.
Olhos são janelas
Pelas quais sangro pero no mucho
Um Van Gogh amarelado pelo tempo
Meu discurso são cacos de prelúdios murchos
Folhas picotadas marcadas com sangue coagulado
Da última briga que tive
Comigo mesmo.
Era uma poesia tão bonita
A dos picotes
As palavras saíram tão quentes
Súbitas tão pensadas
Flores ao vento arranjadas
Em guirlandas na porta da
Nossa casa
Que era num lugar
Qualquer
Qualquer lugar, sempre...
Um sol de estraçalhar o mundo
Mas feliz
A lua e seu luar fecundo
Um chafariz
De vinho e planos e peles
Secreções de alegria
(Lágrimas a brilhar
Lindas no Luar)
Sinto sua noite no meu dia
Sinto sua calma na minha agonia
E me perco
Na sua certeza.
quarta-feira, 10 de agosto de 2011
Insôôôônia
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10, 11, 12;
13, 14, 15;
16, 17, 18 e
19... 20...
21... 22...
23...
23...23...
BOOOOOOOOOOOOMMMMMM!
RRRRRRRRRSHHHHHHHH
RRRRRRRRRSHHHHHHHH...
2
3
4
5
6
7
8
9
10, 11, 12;
13, 14, 15;
16, 17, 18 e
19... 20...
21... 22...
23...
23...23...
BOOOOOOOOOOOOMMMMMM!
RRRRRRRRRSHHHHHHHH
RRRRRRRRRSHHHHHHHH...
Suturas na alma
Quando faço certo, dá errado
Quando faço errado, quase certo
Me cansei do dado viciado
Minha mente longe vendo perto
Preparei um drink pra esquecer
Preparei um drink pra lembrar
No final nem lembrei mais pra quê
Preparei um drink pra matar
A vontade da alma de ser corpo
Matando dois coelhos com uma cajadada
Só
Quando eu te procuro, você some
Quando você some, eu te procuro
Quando tem no prato você come
Quando não tem se esconde no escuro
Feito um animal quase treinado
Mas do qual sempre explode a essência
Eu me vejo quase do seu lado
E quase a mercê da experiência
Da vontade da alma de ser corpo
Matando dois coelhos com uma cajadada
Só
Quando faço errado, quase certo
Me cansei do dado viciado
Minha mente longe vendo perto
Preparei um drink pra esquecer
Preparei um drink pra lembrar
No final nem lembrei mais pra quê
Preparei um drink pra matar
A vontade da alma de ser corpo
Matando dois coelhos com uma cajadada
Só
Quando eu te procuro, você some
Quando você some, eu te procuro
Quando tem no prato você come
Quando não tem se esconde no escuro
Feito um animal quase treinado
Mas do qual sempre explode a essência
Eu me vejo quase do seu lado
E quase a mercê da experiência
Da vontade da alma de ser corpo
Matando dois coelhos com uma cajadada
Só
Acho que eu estou perdendo tempo
Imaginem dois seres cortados
Um tentando remendar o outro
Suturando culpas e lamentos
Tanta linha e tão pouco carinho
Confusão de agulhas tão gentis
Mas me descontrolo na sutura
Quando lembro de tudo que fiz
Na vontade do corpo ser alma
Matando dois coelhos na trepada
A sós
Vontade canalha da essência
De se agarrar nas reminiscências
Do amor.
Matando dois coelhos na trepada
A sós
Vontade canalha da essência
De se agarrar nas reminiscências
Do amor.
terça-feira, 9 de agosto de 2011
Embaralhado
É um dia.
Cores que queimam, noites derretem
Como chocolate e saliva, novidade e sua corrosão.
Tanto tempo atrás de algo que imaginávamos eterno,
Mas se é eterno, por que correr atrás?
Mas esse medo que não passa,
Um quase que vem e trava
Tormento da morte lenta
A onda que me arrebenta
Mas não me leva (AINDA)
Tudo vai morrer
Como eu em seus olhos
Como quando a noite cai
E permanece, rija
Depois eufórica
E então lágrima
Logo após nada...
Outro dia.
Dores doem, fogo queima
O real nos assalta
Roubando as ilusões que forjamos
Pra aguentá-lo
Roubando o ódio que senti
Por tê-la amado
Tentando ficar
Sem perceber já estar
Do outro lado
Lado a lado
Embaralhado.
Cores que queimam, noites derretem
Como chocolate e saliva, novidade e sua corrosão.
Tanto tempo atrás de algo que imaginávamos eterno,
Mas se é eterno, por que correr atrás?
Mas esse medo que não passa,
Um quase que vem e trava
Tormento da morte lenta
A onda que me arrebenta
Mas não me leva (AINDA)
Tudo vai morrer
Como eu em seus olhos
Como quando a noite cai
E permanece, rija
Depois eufórica
E então lágrima
Logo após nada...
Outro dia.
Dores doem, fogo queima
O real nos assalta
Roubando as ilusões que forjamos
Pra aguentá-lo
Roubando o ódio que senti
Por tê-la amado
Tentando ficar
Sem perceber já estar
Do outro lado
Lado a lado
Embaralhado.
sexta-feira, 29 de julho de 2011
Nada pessoal (tudo)
Corações mortos, semi-novos
À venda numa loja perto de você.
Penso tanto em você por obsessão pelo futuro
Que não virá, então o moldo a bel prazer
E mexo os ponteiros
Exagero no sal
Ponho mais água
Pego no meu pau
Gozo
Esqueço
E me lembro
Que não foi nada, então foi tudo
E na praia do passado as ondas lambem minhas pernas
Como que abençoando meu andar rumo aos escombros
Como se a imensidão do mar fosse o meu sonho
Antes da depressão da cidade ser eterna
Veja que sou puro
Como qualquer um sincero
Que peca em nome de Deus
Veja que o amor é como um velho
Que quer morrer pra voltar a voar
Perfeita poesia
Queimada com esmero.
À venda numa loja perto de você.
Penso tanto em você por obsessão pelo futuro
Que não virá, então o moldo a bel prazer
E mexo os ponteiros
Exagero no sal
Ponho mais água
Pego no meu pau
Gozo
Esqueço
E me lembro
Que não foi nada, então foi tudo
E na praia do passado as ondas lambem minhas pernas
Como que abençoando meu andar rumo aos escombros
Como se a imensidão do mar fosse o meu sonho
Antes da depressão da cidade ser eterna
Veja que sou puro
Como qualquer um sincero
Que peca em nome de Deus
Veja que o amor é como um velho
Que quer morrer pra voltar a voar
Perfeita poesia
Queimada com esmero.
sexta-feira, 27 de maio de 2011
"Melomaníaco"
Eu amo tanto a Música
Chega a ser patético
Ela me faz pensar
Que nem preciso mais de médico
O palco é a sala de cirurgia
E eu com meu instrumento cirúrgico
Arranco todos os males do mundo
Da minha alma, tal qual câncer pútrido
De um órgão vital
Me sinto seguro, Deus no coração
Sinto algo descendo em mim
Tanto quanto o Demônio sobe
Tudo se resume e explode no fim
Flautas doces que soam amargas
Violões grosseiros tão puros e etéreos
Ondas invisíveis que pesam um mundo inteiro
O silêncio da alma num caos elétrico
Nada mais cativante e maravilhoso
Quanto a sinceridade de um músico
Quando vence o ego ou a timidez ou o cansaço
E a entrega é tanta que ao vê-lo
Tentando se controlar pra não chorar
Não nos controlamos
E choramos
Eu tenho uma filha
Que é também minha mãe
Ela se chama Música
As amo tanto...
Chega a ser patético
Ela me faz pensar
Que nem preciso mais de médico
O palco é a sala de cirurgia
E eu com meu instrumento cirúrgico
Arranco todos os males do mundo
Da minha alma, tal qual câncer pútrido
De um órgão vital
Me sinto seguro, Deus no coração
Sinto algo descendo em mim
Tanto quanto o Demônio sobe
Tudo se resume e explode no fim
Flautas doces que soam amargas
Violões grosseiros tão puros e etéreos
Ondas invisíveis que pesam um mundo inteiro
O silêncio da alma num caos elétrico
Nada mais cativante e maravilhoso
Quanto a sinceridade de um músico
Quando vence o ego ou a timidez ou o cansaço
E a entrega é tanta que ao vê-lo
Tentando se controlar pra não chorar
Não nos controlamos
E choramos
Eu tenho uma filha
Que é também minha mãe
Ela se chama Música
As amo tanto...
quarta-feira, 25 de maio de 2011
"Poesias Abissais"
É só questão de tempo
O tempo te comer
É só questão de senso
O senso enlouquecer
Às vezes parece que só na tristeza
É que encontro a Poesia
Com destreza me engano
Com certeza seria
Sem a covardia por debaixo dos panos
Sintonia fina de ironia
Dia
É bem fácil ser difícil
E não complexo
É bem fácil ser Shakespeare
Disléxico
É só ter a essência
Tudo bem, o "só" é eufemismo
É que é fácil se jogar
Quando se conhece o abismo.
O tempo te comer
É só questão de senso
O senso enlouquecer
Às vezes parece que só na tristeza
É que encontro a Poesia
Com destreza me engano
Com certeza seria
Sem a covardia por debaixo dos panos
Sintonia fina de ironia
Dia
É bem fácil ser difícil
E não complexo
É bem fácil ser Shakespeare
Disléxico
É só ter a essência
Tudo bem, o "só" é eufemismo
É que é fácil se jogar
Quando se conhece o abismo.
"Lygia, oh, Lygia"
Pousou um anjo feliz perto de mim
Um anjo chamado Vida
Pousou no meu ombro enfermo
Sussurrando que tudo vai ficar
Bem.
Como a queda de um avião
Que não é a queda de um avião
Mas só a trapalhada de um piloto eufórico
Pousando como dois amantes bêbados em si mesmos
Um no outro
No meu jardim
Me convidando pro Futuro
Nunca Futuro rimou tanto com Esperança!
Lembrando que a dança da Morte
Nunca perde a beleza
De ser Dança.
Um anjo chamado Vida
Pousou no meu ombro enfermo
Sussurrando que tudo vai ficar
Bem.
Como a queda de um avião
Que não é a queda de um avião
Mas só a trapalhada de um piloto eufórico
Pousando como dois amantes bêbados em si mesmos
Um no outro
No meu jardim
Me convidando pro Futuro
Nunca Futuro rimou tanto com Esperança!
Lembrando que a dança da Morte
Nunca perde a beleza
De ser Dança.
terça-feira, 24 de maio de 2011
"Pedaços"
E quando meus olhos sangram toda beleza da minha alma
E quando sentir as entranhas retorcerem-se em dor
É melhor que o opaco das manhãs torpes?
E a perda é a ausência de alguém grandioso
E não um sonho, miragem de uma nação de amigos?
Eu te amo e te odeio mesmo
Não me peça o ignorar
Que me pedirias o que não queres...
Amar ou odiar. O que importa?
Melhor que uma porta sem casa
É uma casa sem porta.
E quando sentir as entranhas retorcerem-se em dor
É melhor que o opaco das manhãs torpes?
E a perda é a ausência de alguém grandioso
E não um sonho, miragem de uma nação de amigos?
Eu te amo e te odeio mesmo
Não me peça o ignorar
Que me pedirias o que não queres...
Amar ou odiar. O que importa?
Melhor que uma porta sem casa
É uma casa sem porta.
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
Improvisos de forjaduras eternas
Quero esquecer o tempo
Essa inútil desculpa que arrastamos como grilhões invisíveis
O peso deles é da razão das nossas falsas culpas
Pesados demais, como idéias que subjugam o corpo
E são apenas idéias.
E quando olhei seus olhos na virulência dessa doença linda chamada Paixão
Quis explodir de amor e tu serias a chama do pavio
Hoje observo o frio que nos conserva, que nos faz querer esquentarmos-nos
Um ao outro, mas a centelha não morre... ela pulsa, e pulsa, e o pulso
Trai nosso desejo de trairmos a nós mesmos, e isso é lindo
Sujo, indecente, víbora, anticristo, vital
Porque é a essência brotando, é a água mais pura que podemos beber...
Não me venham com suas rezas e autoflagelações em nome do outro
Não se desperdicem oferecendo-se a Ele.
Ele um dia me beijou, gostoso...
Foi uma brisa no meio da cidade-caos e com suas mãos afáveis
Ao mesmo tempo que severas, sussurou como dez mil bombas atômicas:
SEJA VOCÊ POIS O FIM DO CAMINHO NÃO TEM CURVA.
Quando ele morreu eu nem me lembro o que senti,
Está bloqueado em nome da dor
O pior foi enxergar a morte dele nela,
Tão aterradora a fragilidade nos olhos em direção à janela...
E eu tentei, dei meu ar e daria minhas vísceras
Como dei as da minha alma sem sentir nem pensar.
E como ir com o fluxo, entre empurros e sangue aos borbotões,
Vendo a mentira em olhos tão sinceros
A venerarem uma estátua que arde por dentro e por fora
Sopra palavras tão bonitas quanto bolhas de sabão
Circulares, setecores, infantis,
INSUSTENTÁVEIS?
E faço sexo com meu cérebro
Abro a cavidade e enfio toda a vontade de ser e ele se molha todo
E enrijece e palavras mais palavras mais palavras
E o gozo é o Ato. Ato, atitude no fim da perfeita Poesia
Aquela na qual pernas que puxam pâncreas que puxam poses
Que puxam pênis gozando em vulvas
Vivas na alma, calor na Pele, sentindo a morte brotar da vida num ciclo louco
Loucura viva, viva a loucura, loucura, viva!...
A loucura quer ficar comigo, mas tenho medo
Que eu acabe por querer ficar com ela
E ela me diz que já mora aqui
"Você tá louco, cara?" ela me diz...
Aqueles olhos grandes que querem me fazer espasmático
Que sabem que toda felicidade é asmática
E querem que os espasmos venham da asma
Ai, que loucura... ela é a mistura de todas as mulheres que amei
E de todos os homens que amei
E de toda ira que Deus me fez sentir pra depois se tornar um mar de pétalas de rosas...
Ela que me faz querer compor a música perfeita, pra quando a compor
Morrer com a inútil certeza de que a próxima era a eternidade
Ela rima mar que emana a vila
Eu sou o formão que esculpe o meu destino
Quem sabe um dia eu o manuseie
E no meu coração eu forje o amor
E tomara que ele no fim faça sentido
E peço por saber que faz.
Essa inútil desculpa que arrastamos como grilhões invisíveis
O peso deles é da razão das nossas falsas culpas
Pesados demais, como idéias que subjugam o corpo
E são apenas idéias.
E quando olhei seus olhos na virulência dessa doença linda chamada Paixão
Quis explodir de amor e tu serias a chama do pavio
Hoje observo o frio que nos conserva, que nos faz querer esquentarmos-nos
Um ao outro, mas a centelha não morre... ela pulsa, e pulsa, e o pulso
Trai nosso desejo de trairmos a nós mesmos, e isso é lindo
Sujo, indecente, víbora, anticristo, vital
Porque é a essência brotando, é a água mais pura que podemos beber...
Não me venham com suas rezas e autoflagelações em nome do outro
Não se desperdicem oferecendo-se a Ele.
Ele um dia me beijou, gostoso...
Foi uma brisa no meio da cidade-caos e com suas mãos afáveis
Ao mesmo tempo que severas, sussurou como dez mil bombas atômicas:
SEJA VOCÊ POIS O FIM DO CAMINHO NÃO TEM CURVA.
Quando ele morreu eu nem me lembro o que senti,
Está bloqueado em nome da dor
O pior foi enxergar a morte dele nela,
Tão aterradora a fragilidade nos olhos em direção à janela...
E eu tentei, dei meu ar e daria minhas vísceras
Como dei as da minha alma sem sentir nem pensar.
E como ir com o fluxo, entre empurros e sangue aos borbotões,
Vendo a mentira em olhos tão sinceros
A venerarem uma estátua que arde por dentro e por fora
Sopra palavras tão bonitas quanto bolhas de sabão
Circulares, setecores, infantis,
INSUSTENTÁVEIS?
E faço sexo com meu cérebro
Abro a cavidade e enfio toda a vontade de ser e ele se molha todo
E enrijece e palavras mais palavras mais palavras
E o gozo é o Ato. Ato, atitude no fim da perfeita Poesia
Aquela na qual pernas que puxam pâncreas que puxam poses
Que puxam pênis gozando em vulvas
Vivas na alma, calor na Pele, sentindo a morte brotar da vida num ciclo louco
Loucura viva, viva a loucura, loucura, viva!...
A loucura quer ficar comigo, mas tenho medo
Que eu acabe por querer ficar com ela
E ela me diz que já mora aqui
"Você tá louco, cara?" ela me diz...
Aqueles olhos grandes que querem me fazer espasmático
Que sabem que toda felicidade é asmática
E querem que os espasmos venham da asma
Ai, que loucura... ela é a mistura de todas as mulheres que amei
E de todos os homens que amei
E de toda ira que Deus me fez sentir pra depois se tornar um mar de pétalas de rosas...
Ela que me faz querer compor a música perfeita, pra quando a compor
Morrer com a inútil certeza de que a próxima era a eternidade
Ela rima mar que emana a vila
Eu sou o formão que esculpe o meu destino
Quem sabe um dia eu o manuseie
E no meu coração eu forje o amor
E tomara que ele no fim faça sentido
E peço por saber que faz.
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