quinta-feira, 22 de agosto de 2013

"Quem me dera se fossem só clichês"

Catando os pedaços
Caindo as lágrimas
Olhando sua foto
(Minha foto)
Ficando surdo
Com esse silêncio na alma
Ficando mudo
Sem palavras no grito
Sem razão em pensar muito
Cansado de viver
Esperar por mim no futuro
Escuro, Escufuturo
Ninguém liga (telefone)
Todos ligam (a TV)
A música quer entrar na minha alma
Mas o silêncio virulento a contaminou
E cato as roupas no meu quarto
Como o mendigo cata suas moedas de pedra
Pela rua destruída (mais uma vez)
Então vou cantar o refrão
Afinal, vivo em Eldorado
Já estou em Parságada
Nas fontes amarelas, segui a seta
Dos seus olhos, percorri a gruta
Dos seus poros, parei em mim
Parei no começo do fim
No fim do começo, sempre agonia
A espera de um novo dia.


Valéria Dusaki

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