Tem horas que a hora não passa
Cada minuto é navalha
Nada que pague, que valha
O sofrimento que isso causa
Segundos martelam na mente
Segundos sempre primeiros
Iniciais desesperos
E fortes, incessantemente
Os olhos tocam o sono
O sono cerrando os olhos
Mãos do padre na extrema unção
Ouvidos já escutam mono
O "espera" escutado "logo"
Os passos são bombas no chão
Zona de zumbido, usina
Sonhos que se tornam sinas
Cochichos que chamam chamas
Chamas que trazem aconchego
Chego lá mas eu não chego
Meu corpo em pé já é cama.
Valéria Dusaki
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