sábado, 25 de agosto de 2012

06:15

Tem horas que a hora não passa
Cada minuto é navalha
Nada que pague, que valha
O sofrimento que isso causa

Segundos martelam na mente
Segundos sempre primeiros
Iniciais desesperos
E fortes, incessantemente

Os olhos tocam o sono
O sono cerrando os olhos
Mãos do padre na extrema unção

Ouvidos já escutam mono
O "espera" escutado "logo"
Os passos são bombas no chão

Zona de zumbido, usina
Sonhos que se tornam sinas
Cochichos que chamam chamas

Chamas que trazem aconchego
Chego lá mas eu não chego
Meu corpo em pé já é cama.


Valéria Dusaki

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