Há uma onda negra em meus olhos
Substância mortal em meus poros
Exalo vontade de morte geral
E mesmo ao contrário de um animal
Com a mesma avidez quero me matar
E me calar
As solas dos sapatos escondem segredos
Como na minha mente escondo meus medos
E sonhos macabros soam freudianos
Verdade reduzida a sonhos insanos
A dor de cabeça, quem dera ela ser
Dor de morrer
Tento acreditar na bondade e no amor
Mas tudo me força a ser um escroto
Infiel, egoísta, torpe, ignorante
Que é bálsamo o precipício adiante
Todos querem que eu acredite e cair
Dizem que é a solução pra eu sair:
Dor por sorrir.
Valéria Dusaki
Nenhum comentário:
Postar um comentário